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PM do Rio começa segunda ocupação em favelas da Baixada Fluminense

Do UOL, no Rio

02/08/2013 09h57Atualizada em 02/08/2013 13h41

A Polícia Militar começou, na manhã desta sexta-feira (2), a ocupação das favelas da Mangueirinha, Sapo, Santuário e Corte Oito, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. É a segunda ocupação policial permanente em comunidades na Baixada. Controlada por traficantes, a Mangueirinha é considerada uma das comunidades mais perigosas da região.

Segundo informações da PM, o local deve receber uma Companhia Destacada, com 180 policiais, na próxima segunda-feira (2). Para a operação de hoje, foram mobilizados 150 homens. A Polícia Militar já vinha fazendo, há 15 dias, ações diárias na região. Nessas duas semanas, 22 pessoas foram presas e encaminhadas para delegacias da região.

Segundo o comandante do Batalhão de Duque de Caxias, tenente-coronel Renulpho Brandão, o objetivo da operação é garantir o controle das quatro comunidades. “Nosso principal objetivo é acabar com a ostentação bélica da região, uma vez que o tráfico de drogas não termina do dia para a noite. Queremos devolver o local, que se encontra nas mãos do tráfico, à comunidade”, disse o oficial.

As quatro favelas têm, juntamente com os bairros do entorno, cerca de 20 mil moradores. Além da ocupação policial, tendas com serviços públicos foram levadas à comunidade da Mangueirinha. Na manhã de hoje, moradores faziam fila para tirar carteira de trabalho, identidade e demais documentos. “Nosso objetivo não é só assegurar a região, como também trazer serviços de assistência à população carente dessas comunidades”, disse Brandão.

Ainda não há informações de prisões e apreensões. A operação está sendo coordenada pelo 3º Comando de Policiamento de Área.

A primeira comunidade a receber uma Companhia Destacada na Baixada Fluminense foi a favela da Chatuba, em Mesquita, onde a unidade foi inaugurada pelo secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, em 28 de setembro de 2012, três semanas após uma chacina promovida por traficantes que resultou na morte de nove pessoas.

Na ocasião, Beltrame explicou que o conceito de uma Companhia Destacada é o mesmo de um Batalhão da PM e é diferente de uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). "O que ocorre é que os batalhões não têm efetivo para fazer o policiamento rotineiro e menos ainda para fazer o patrulhamento diferencial numa determinada região. Mas a companhia não é uma UPP, que demanda muito mais efetivo. Tem áreas em que uma companhia não resolve, como o Morro do Chapadão (zona norte da capital), devido à dimensão que (a violência) atingiu lá historicamente", afirmou.

Chatuba

Na tarde de 8 de setembro de 2012, um sábado, traficantes da Favela da Chatuba, em Mesquita, teriam sequestrado e assassinado os jovens Glauber Siqueira Eugênio, Victor Hugo da Costa e Douglas Ribeiro da Silva, de 17 anos; Josias Searles e Patrick Machado de Carvalho, de 16; e Christian de França Vieira, de 19, na localidade conhecida como Bicão, no interior do Parque Natural de Gericinó, que faz divisa com a Favela da Chatuba. As vítimas moravam na cidade de Nilópolis, vizinha à Mesquita.

Os criminosos seriam traficantes ligados à facção Comando Vermelho, que controla os pontos de venda de drogas da Chatuba. As seis vítimas teriam sido confundidas com traficantes de uma facção rival. Os corpos dos seis rapazes foram encontrados apenas na manhã de 10 de setembro, segunda-feira, às margens da Rodovia Presidente Dutra (BR-116), na altura do bairro São José, em Nova Iguaçu, também na Baixada.

Durante as investigações, a Polícia Civil afirmou que os criminosos da Chatuba também seriam responsáveis pelas mortes de mais três pessoas naquele fim de semana: o pastor Alexandre Lima, o cadete da PM Jorge Augusto de Souza Alves Júnior, de 34 anos, e de José Aldecir da Silva Júnior, de 19.

A Justiça decretou a prisão preventiva de 14 acusados por participação na chacina. Todos foram denunciados pelo crime de homicídio triplamente qualificado: por motivo torpe, mediante tortura ou outro meio insidioso ou cruel, e com recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima.

UPP

O governo do Estado já instalou UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) em 33 favelas da capital fluminense. A próxima comunidade na fila deve ser o Complexo da Maré, na zona norte, ainda neste ano. Com cerca de 130 mil moradores, a Maré é rota obrigatória para quem chega ao Rio pelo Aeroporto Internacional Tom Jobim e precisa se deslocar em direção ao centro ou à zona sul e é considerada uma das regiões mais perigosas da cidade.

O projeto começou em dezembro de 2008. (Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)

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