Denúncias de formação de cartel motivam protestos em SP nesta quarta-feira
Após as denúncias da empresa alemã Siemens sobre a formação de um suposto cartel em licitações públicas do Metrô e da CPTM, ao menos dois protestos envolvendo diversos movimentos populares estão programados para agitar as ruas da capital paulista nesta quarta-feira (14).
O Sindicato dos Metroviários, em parceria com o Movimento Passe Livre, convoca os paulistas para participar de um ato com "caráter de denúncia" para reivindicar um transporte público, estatal e de qualidade. Foi como definiu Nina Cappello, estudante de direito da USP e uma das organizadoras do movimento.
Os ativistas pretendem ainda cobrar por ações imediatas sobre as denúncias de negociatas dos governos do PSDB com grandes multinacionais para a formação de cartéis. As supostas propinas nos contratos para as obras do Metrô podem ter desviado R$ 400 milhões dos cofres públicos.
"Os escândalos não são pontuais ou exclusivos do governo de Geraldo Alckmin. Estão diretamente relacionados a um problema estrutural do transporte", enfatiza Nina, que descarta qualquer relação deste novo protesto com as manifestações intituladas "Fora, Alckmin!". "Lutamos por um transporte gerido pela população e direcionado às suas necessidades."
O ato, que até a noite de ontem tinha a confirmação de 7.391 pessoas no Facebook, está marcado para as 15h, no Vale do Anhangabaú, na região central de São Paulo. A passeata seguirá até a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, na rua Boa Vista, 175, na Consolação. A dispersão deve ocorrer às 18h30, na praça da Sé.
Por nota, o Movimento dos Trabalhadores Sem -Teto informou que mobilizará cerca de 2.000 pessoas de oito ocupações localizadas na região metropolitana de São Paulo para marcar presença no protesto. O CSP-Conlutas/SP também vai participar.
"Com o dinheiro desviado dos cofres públicos seria possível a ampliação das redes metroviária e ferroviária, a aplicação de passagens mais baratas e a melhoria efetiva do transporte público", relatou Wilson Ribeiro, dirigente da Secretaria Executiva Estadual CSP-Conlutas/SP. "Esse é mais um grande escândalo de corrupção, precisamos cobrar a imediata averiguação e a devolução desse dinheiro aos cofres públicos", acrescentou.
Outro ato
A Central Única dos Trabalhadores de São Paulo também convocou sindicatos e trabalhadores para participar de um protesto contra a máfia do transporte público no Estado nesta quarta-feira (14). Além de estar presente no Vale do Anhangabaú, a partir das 15h, pretende ainda se direcionar à Assembleia Legislativa de São Paulo, a partir das 17h.
A entidade, que quer dar visibilidade às denúncias de fraudes em licitações paulistas, reivindica a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo para apurar o caso do suposto cartel.
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