Topo

Haddad aceita pagar 'bico oficial' a PMs de cidades vizinhas

Do UOL, em São Paulo

20/08/2013 17h36

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), aceitou viabilizar a Operação Delegada, à noite, com o uso de policiais militares que atuam em outros 38 municípios da região metropolitana de São Paulo. Atualmente, o “bico oficial” conta apenas com PMs da capital paulista e é pago pela prefeitura nos horários de folga.

A medida foi anunciada após uma reunião entre o secretário estadual de Segurança Pública, Fernando Grella, e Haddad, cuja gestão havia excluído do plano de metas 2013-2016 estender a operação a bairros da periferia.

Em média, a operação rende aos policiais um adicional de R$ 1.800 nos salários mensais, por 40 horas, sem custos para o governo estadual.

Em nota, a prefeitura informou que a sugestão de abrir a operação a cidades da região metropolitana partiu do próprio Grella. Atualmente, o município tem 1.300 vagas ociosas do programa –balanço do mês passado, no entanto, mostrou que o número de inscritos não passou de 176 para a operação noturna.

No caso da Operação Delegada Ambulante, segundo a prefeitura, há 2.074 vagas, das quais 405 ainda estavam vazias no mês passado.

Ainda na nota, o secretário municipal de Segurança Urbana, Roberto Porto, afirmou que tanto a prefeitura quanto o governo do Estado têm interesse na manutenção da operação. “Não há a menor dúvida de que, a partir do momento que essas 1.300 vagas forem preenchidas na sua totalidade, a população, principalmente nas áreas de maior insegurança, nas áreas periféricas, vai sentir o efetivo, a presença da PM, e os índices de criminalidade vão cair”, definiu.

O município alega que a retirada da Operação Delegada Noturna do Plano de Metas avia ocorrido “por falta de interesse da PM e da população”.

Número de PMs cai pela metade

O número de policiais militares contratados pela Operação Delegada da Prefeitura de São Paulo caiu pela metade desde o início da gestão Haddad.

Vitrine do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) e promessa de continuidade na campanha do petista, o projeto foi desidratado no primeiro semestre e seu contingente teve redução de 3.439 para 1.853 PMs. Como menos policiais na fiscalização, ambulantes tomaram as ruas, por isso comerciantes cobram a volta do efetivo.

Criada em 2009, a operação virou uma franquia que já chegou a 17 cidades do Estado e está em processo de implementação em outras 40. Na capital, porém, a relação entre Haddad e o comandante-geral da PM, Benedito Roberto Meira, sempre foi tensa. O petista não queria o foco no combate aos camelôs e tentou fazer com que os PMs trabalhassem à noite na periferia, sem sucesso.