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Homem que esteve prestes a ser enterrado vivo no Rio não tem previsão de alta

Do UOL, no Rio

02/09/2013 13h43

O morador de rua de 55 anos, cuja identidade não foi revelada, que por pouco não foi enterrado vivo na praia de Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro, na segunda-feira (1º), permanece internado em observação no hospital Miguel Couto, no Leblon, também na zona sul. Não há previsão de alta, segundo boletim da Secretaria Municipal de Saúde.

Os médicos tiveram que colocar drenos nos dois pulmões da vítima, que chegou ao Miguel Couto com lesões nas costelas e com traumatismo cranio-encefálico. O morador de rua foi agredido por três jovens, que foram presos e autuados por tentativa de homicídio.

Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, o crime ocorreu por volta das 4h de segunda-feira. A vítima dormia na areia da praia de Ipanema, na altura do Country Club, um dos mais exclusivos da cidade, quando foi atacado pelo trio.

Empregados em uma barraca na praia, Paulo César Furtado da Silva, 18, e dois adolescentes, de 15 e 17 anos, agrediram o homem com um golpe de pá desferido na cabeça, o imobilizaram e começaram a enterrá-lo deitado em um buraco com cerca de meio metro de profundidade.

Com metade do corpo já coberto pela areia, os jovens colocaram então um saco plástico na cabeça da vítima para tentar asfixiá-lo.

Outro morador de rua que estava próximo à praia no momento do crime percebeu o que estava acontecendo e correu em direção a um carro da Polícia Militar que passava pela avenida Vieira Souto.

De acordo com os policiais militares, quando chegaram na areia, viram Silva segurando o saco plástico usado para tentar sufocar a vítima, enquanto os dois adolescentes, um com a pá e o outro com a mão, jogavam mais areia para enterrar o morador de rua.

Na delegacia, no entanto, os dois adolescentes apresentaram outra versão: Silva estaria somente assistindo, enquanto eles sufocavam e enterravam o homem. Segundo a Polícia Civil, essa versão seria uma manobra para tentar diminuir uma possível condenação de Silva.

À polícia, os adolescentes disseram que a vítima seria um pedófilo que há cerca de três meses teria tentado estuprar a irmã de 10 anos de um deles, na saída de uma escola primária no Cantagalo, na zona sul carioca. Na época, de acordo com o depoimento deles, como o crime não foi consumado, a família optou por não fazer o registro do crime.

Segundo a polícia, ainda no depoimento, eles disseram que os três trabalham juntos em uma barraca na praia de Ipanema e decidiram se vingar após reconhecer o homem dormindo na praia.