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Policiais são acusados de receber R$ 700 mil para não denunciar jogos de azar em SP

Do UOL, em São Paulo

02/09/2013 22h06Atualizada em 03/09/2013 09h25

Uma reportagem exclusiva do "SBT Brasil", exibida na noite desta segunda-feira (2), denunciou um esquema de propina de mais de R$ 700 mil envolvendo policiais e uma quadrilha de jogos de azar em quatro municípios do litoral sul de São Paulo.  

Máquinas de caça-níquel, instaladas em bares clandestinos de Praia Grande, Santos, São Vicente e Cubatão, eram programadas para o apostador perder sempre, Mas, quem saía com os bolsos cheios eram os donos dos equipamentos ilegais e os policiais corruptos.

Segundo a reportagem, enquanto os donos das máquinas ficavam com uma parte dos lucros, a outra era direcionada para um grupo chamado de associação, que tinha como função distribuir as propinas. Algumas planilhas apreendidas pelo Ministério Público mostram que entre 2011 e 2012 essa associação distribuiu R$ 714,6 mil em propina.

O dinheiro, conforme apurou o SBT, foi parar nas mãos de policiais civis, policiais militares e peritos. Imagens gravadas pela Corregedoria da Polícia chegaram a flagrar inclusive uma negociação entre o sargento da Polícia Militar Fábio Luiz dos Santos com policiais da Rocam (Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas), que queriam apreender alguns caça-níqueis, mas mudaram de ideia após receberem R$ 10.500.

E quando as máquinas são apreendidas, essa associação conta com a ajuda do policial Roberto Ferreira Patella, que devolve os equipamentos a um preço de R$ 1.000 cada.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que a reportagem do SBT Brasil “refere-se a uma denúncia feita pelo Ministério Público à Justiça em agosto de 2012, que é acompanhada pelas corregedorias das polícias”.

“Os policiais militares exibidos nas imagens, incluindo o dois sargentos PM Fábio Luiz dos Santos, estão afastados de suas funções desde setembro de 2012. São nove policiais militares que também respondem sobre as denúncias no Conselho de Disciplina. O perito Roberto Ferreira Patella também foi afastado das funções pela direção da Polícia Técnico Científica, a pedido do Ministério Público”, diz o texto.