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Chefe da Polícia Civil do Rio diz não considerar black blocs como manifestantes

Membro do Black Bloc usa máscara durante protesto na região central do Rio, na terça-feira (15) - Marcelo Sayão/EFE
Membro do Black Bloc usa máscara durante protesto na região central do Rio, na terça-feira (15) Imagem: Marcelo Sayão/EFE

Do UOL, no Rio

17/10/2013 11h09

A chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegada Martha Rocha, afirmou nesta quinta-feira (17), em entrevista à rádio “CBN”, que não considera os integrantes do movimento Black Bloc como “manifestantes”. “Nós não consideramos essas pessoas como manifestantes. Eles tão pegando carona em outras questões legítimas, não para participar dessa manifestação, mas para destruir a nossa cidade”, disse.

Ao todo, 70 pessoas foram presas após os protestos da terça foram enquadradas na nova lei de Organização Criminosa, que considera organização criminosa "a associação de quatro ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a quatro anos, ou que sejam de caráter transnacional".

Segundo a delegada, as pessoas que se apresentam como black blocs em manifestações participam de atos criminosos e devem responder por eles. “Qual o motivo de apedrejar um ônibus que tem pessoas dentro? A gente não pode achar que essas pessoas têm legitimidade de fazer isso. Qual a finalidade de ir pra um evento e estar com uma serra, com luva e com barra de ferro?”, questionou. “Essas pessoas não praticam qualquer outro ato que não sejam atos criminosos.”

Martha Rocha disse acreditar também que a sociedade não se identifica com a causa defendida pelo movimento. “No dia desse evento, eu percorri algumas delegacias, porque tivemos que descentralizar o atendimento. O que eu vi: mãe desesperada, pai atordoado e advogado. Eu não vi ninguém que se solidarizou com esse movimento”, contou. “As pessoas que se solidarizaram nas redes sociais com esse movimento não estavam ali.”

A delegacia que concentrou o maior número de manifestantes detidos, no entanto, foi a 22ª DP (Penha), na zona norte: 49 pessoas, que foram liberadas na manhã de quarta (16). Cerca de 20 km separam a delegacia da Cinelândia, no centro da cidade, palco do confronto entre policiais militares e integrantes do grupo Black Bloc. Também houve pessoas levadas para a 37ª DP (Ilha do Governador) e para a 25ª DP (Engenho Novo), ambas em locais afastados de onde as manifestações ocorreram.