MP notifica Prefeitura do Rio para barrar demolição da Perimetral

O Ministério Público notificou a prefeitura do Rio de Janeiro e a Cdurp (Companhia de Desenvolvimento Urbano do Porto), para que o Elevado da Perimetral não seja demolido enquanto não forem cumpridas cláusulas de compromisso firmado com o próprio MP para amenizar impactos negativos na mobilidade urbana. 

A Perimetral, atualmente uma das vias mais importantes da cidade, liga a zona sul à avenida Brasil e à ponte Rio-Niterói. O projeto de revitalização do porto do Rio prevê a demolição do viaduto da Perimetral para que os veículos circulem por túneis --em fase final de construção.

O processo de destruição do viaduto entre a rodoviária e a praça Mauá está previsto para começar a ocorrer no próximo sábado (19), quando as primeiras alterações do trânsito e dos transportes públicos no centro da cidade também serão colocadas em prática em um plano de mitigação de impactos elaborado pela prefeitura.  

O Ministério Público afirma que o plano elaborado pela prefeitura não está fazendo o diagnóstico da situação atual dos principais corredores viários de acesso à área central por meio de contagens periódicas do tempo e extensão de engarrafamentos, assim como não tem caracterizado a situação dos sistemas de transporte público (trens, barcas e metrô) por indicadores de conforto e taxa de ocupação. 

A prefeitura pretende substituir o Elevado da Perimetral, no centro da cidade, pela futura via Binária. Mas, segundo o MP, a meta de eficiência do plano também foi prejudicada pela ausência de comparação da capacidade da via.

Pelo acordo, isso permitiria verificar não só o real comprometimento da capacidade viária como o número de usuários de automóvel que deveriam migrar, de forma orientada e planejada, para outros meios de transporte.

A prefeitura considera que o Plano de Mitigação já foi apresentado oficialmente na semana passada. Os dados estão disponíveis no seu site. Para o município, as medidas anunciadas, como a redução de estacionamentos no centro, a implantação de uma faixa reversível na Presidente Vargas e a decisão de reduzir o número de linhas de ônibus circulando na região, entre outras iniciativas, já estão entre as medidas previstas no plano.

O MP sustenta, no entanto que pelo tamanho dos impactos do projeto Porto Maravilha estas ações deveriam ser estudadas, simuladas, divulgadas e colocadas em prática com maior antecedência.

Vigas furtadas

Na última semana, foi descoberto o furto de seis vigas de aço, com 20 toneladas cada, de um depósito da prefeitura no Caju, após serem removidas do viaduto.

O material que foi roubado no Rio pode ser amplamente utilizado na indústria naval. Com as 120 toneladas de aço corten das vigas, seria possível fabricar pelo menos 40 contêineres padrão de 20 pés, os mais usados em navios cargueiros.