Tenente acusado de planejar morte de Patrícia Acioli diz que provas são "plantadas"
O tenente da PM (Polícia Militar) do Rio de Janeiro Daniel Benitez Lopes, denunciado à Justiça como mentor e executor do plano para assassinar a juíza Patrícia Acioli, em agosto de 2011, afirmou durante julgamento, em Niterói, no região metropolitana do Rio, nesta sexta-feira (6), que todas as provas apresentadas contra ele foram "plantadas".
Na versão do réu, a denúncia foi construída em cima de uma tentativa "desesperada" do também acusado Sérgio Costa Júnior, condenado a 21 anos de prisão, que ajudou os investigadores da Divisão de Homicídios, a elucidar o crime optando pela delação premiada.
"Foi uma delação inconsequente e irresponsável do Júnior. (...) Ele se viu desesperado por um crime que ele cometeu de cabeça quente e queria buscar uma diminuição de pena", afirmou Benitez, que caiu em contradição algumas vezes ao responder os questionamentos da juíza da 3ª Câmara Criminal de Niterói, Nearis Arce, e do promotor do caso, Leandro Navega.
Além da acusação de homicídio triplamente qualificado, o réu também negou que tenha cometido crimes de extorsão, o que qualificaria a formação de quadrilha armada --o oficial da PM chefiava o GAT (Grupamento de Ações Táticas), grupo que, segundo o Ministério Público, se apropriava de bens apreendidos em operações contra o tráfico de drogas.
"Eu afirmo que o meu GAT era mais produtivo de São Gonçalo, o que fazia mais apreensões. Eu afirmo isso sem medo de errar. Em qualquer comunidade de São Gonçalo, nós sempre fazíamos várias apreensões", afirmou ele. "Mas nunca recebi dinheiro do tráfico ou pratiquei extorsões", completou.
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