'Se amanhã chover, vai acontecer de novo', diz moradora que teve casa alagada duas vezes em SP
![A casa da diarista Valdemir Pereira, em Itapecerica da Serra (SP) ficou inundada após fortes chuvas na região. A água chegou a atingir um metro de altura e danificou móveis, eletrodomésticos - Arquivo pessoal](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/2014/01/23/23jan2013---a-casa-da-diarista-valdemir-pereira-em-itapecerica-da-serra-sp-ficou-inundada-apos-fortes-chuvas-na-regiao-a-agua-chegou-a-atingir-um-metro-de-altura-e-danificou-moveis-eletrodomesticos-1390525837369_300x420.jpg)
“Se amanhã chover, vai acontecer de novo”, lamenta a diarista Valdemir Maria Pereira, 44, ao constatar que ela e os três filhos são, agora, desabrigados por causa desta temporada de chuvas no Estado de São Paulo.
Dona Val, como costuma ser chamada, teve a casa, na divisa de Itapecerica da Serra com a capital paulista, completamente alagada, não só por uma, mas duas vezes, nesta quarta (22) e quinta (23), após fortes chuvas que atingiram a capital paulista e a Grande São Paulo.
“Ontem, perdi comida, móveis, geladeira, máquina de lavar. Só ficou a TV. Hoje, passei o dia arrumando a casa, limpando, tirando a lama; quando estava botando o sofá para secar, veio a chuva e acabou com tudo de novo”, relata a diarista, que está morando na casa de uma irmã.
A diarista morava no local --uma área de risco, fruto de invasão-- há cerca de 13 anos. Agora, não sabe se vai voltar. “É bem complicado responder a essa pergunta. Ficar lá não tem condição. A chuva vai voltar e destruir tudo de novo”.
Temporais causam desabamento, inundações e transtornos
A forte chuva que atingiu a cidade de São Paulo no final tarde desta quinta-feira (23), resultou em um desabamento, pontos de alagamento intransitáveis, semáforos quebrados e problemas na circulação de trens.
Alguns passageiros ficaram presos nos vagões da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) entre as estações Tatuapé e Engenheiro Goulart e, desesperados chegaram a quebrar os vidros.
Na quarta-feira (22), a região da Grande São Paulo, no limite entre as cidades de São Paulo e Taboão da Serra, registrou transbordamento do Córrego Pirajussara, e mais de 600 residências foram invadidas pela água, segundo levantamento inicial da Defesa Civil dos dois municípios.
Na área, a tempestade, que começou por volta das 19h, chegou a um pico de mais de 100 milímetros em apenas 40 minutos. Apenas nos bairros Jardim Leme e Jardim Clementino, em Taboão da Serra, a água entrou em 500 casas. A assessoria de imprensa da prefeitura não soube informar se algum imóvel foi interditado.
No distrito de Campo Limpo, na capital paulista, mais de 100 residências foram afetadas, informou o coordenador da Defesa Civil de São Paulo, Jair Paca. "Pelo que nós percorremos, não vimos nenhum imóvel que deva ser condenado. Elas [famílias] terão condições, tão logo seja feita a limpeza, de retornar para os seus imóveis".
Nesta manhã, caminhões e tratores faziam a limpeza das ruas, repletas de lixo, entulho, lama e móveis estragados pela água. Algumas famílias, como a da ajudante geral Mônica Coroni, de 39 anos, passaram a madrugada lavando a casa. "Conseguimos levantar os móveis e não tivemos prejuízos", disse ela.
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