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Idoso morreu atropelado em mesmo protesto onde cinegrafista foi ferido

Manifestantes queimaram entulho em rua no centro do Rio de Janeiro durante protesto contra aumento da tarifa de ônibus na quinta-feira (6) - Antonio Scorza/UOL
Manifestantes queimaram entulho em rua no centro do Rio de Janeiro durante protesto contra aumento da tarifa de ônibus na quinta-feira (6) Imagem: Antonio Scorza/UOL

Do UOL, no Rio

11/02/2014 09h16

Pelo menos mais uma pessoa morreu em decorrência dos tumultos causados pelo protesto da última quinta-feira (6) na Central do Brasil, no centro do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Civil, um idoso caiu de um ônibus e foi atropelado após ter se assustado com a confusão na manifestação contra o aumento das passagens na cidade.

Em depoimento ao delegado Luciano Zahar, da 4ª DP (Praça da República), testemunhas disseram que o homem estava dentro do ônibus quando se assustou com o protesto, forçou a porta do veículo para sair, escorregou e foi atropelado. Ele morreu no mesmo dia.

O motorista, a cobradora e passageiros já foram ouvidos. Foi solicitada perícia na porta do ônibus. O motorista irá responder por homicídio culposo por atropelamento.

Na segunda-feira (10), o cinegrafista da "TV Bandeirantes", Santiago Ilío Andrade, 49, teve morte encefálica diagnosticada, depois de três dias internado.

A Justiça do Rio aceitou o pedido da Polícia Civil e decretou a prisão temporária do homem suspeito de ter acendido o rojão que matou o cinegrafista. O suspeito foi reconhecido por fotografia e em vídeos veiculados pela imprensa pelo tatuador Fábio Raposo, preso no domingo (9), sob acusação de envolvimento no crime. O reconhecimento foi feito na penitenciária Bandeira Estampa, em Bangu, na zona oeste do Rio, para onde Raposo foi transferido.

Assim como Raposo, o suspeito foi indiciado por homicídio doloso (com intenção de matar) agravado pelo uso de explosivo e pelo crime de explosão. Se condenados, as penas podem chegar a 35 anos de prisão.

Mais protesto

Na noite de segunda, um grupo de manifestantes se envolveu em um tumulto com a PM no fim de mais um protesto contra o aumento da passagem de ônibus no Rio, na Cinelândia, centro da cidade. O conflito começou depois que um jovem foi detido por se negar a mostrar o rosto. Algumas pessoas assustadas correram, e a PM foi hostilizada com pedras e garrafas d'água.

Os policiais perseguiram alguns manifestantes e detiveram outros, mas não usaram nem bombas de gás lacrimogêneo nem de efeito moral. Pouco depois, as pessoas que permaneciam no ato correram da Cinelândia para a rua do Passeio, e a PM agiu novamente. Por volta das 21h15, a maior parte do grupo se dispersou.