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Suspeito é chamado de "assassino" por colegas de cinegrafista no Rio

Caio da Silva Souza, suspeito de acender o rojão que matou o cinegrafista da Band, é apresentado pela polícia do Rio de Janeiro - Daniel Marenco/Folhapress
Caio da Silva Souza, suspeito de acender o rojão que matou o cinegrafista da Band, é apresentado pela polícia do Rio de Janeiro Imagem: Daniel Marenco/Folhapress

Gustavo Maia

Do UOL, no Rio

12/02/2014 13h57

Colegas de trabalho do cinegrafista da “TV Bandeirantes” Santiago Andrade --morto na segunda-feira (10) em decorrência de um rojão que o atingiu quatro dias antes, durante uma manifestação no centro do Rio de Janeiro--, cinegrafistas e fotógrafos de diversas empresas de comunicação que faziam imagens de Caio Silva de Souza, 23, suspeito de acender o artefato explosivo, na Cidade da Polícia, em Jacarezinho, zona norte da cidade, na tarde desta quarta (12), o xingaram de "vagabundo", "filho da p..." e "assassino".

Entre os profissionais que participavam da cobertura da prisão de Caio na frente da carceragem da Cidade da Polícia, havia amigos do cinegrafista da Band. O suspeito ficou poucos segundos à vista da imprensa no local. A maioria dos profissionais se conteve até o momento em que ele saiu da carceragem, no início da tarde, para fazer exame de corpo de delito no IML (Instituto de Medicina Legal).

Caio, que trabalhava como auxiliar de serviços gerais na empresa Hope Serviços, que presta serviço ao Hospital Estadual Rocha Faria, não esboçou reação aos insultos.

Veja o momento em que o cinegrafista é atingido

"Acidente"

A mãe de Caio afirmou que o filho soltou o explosivo para fazer barulho durante uma manifestação contra o aumento das tarifas de ônibus, na última quinta-feira (6). O jovem foi preso na madrugada desta quarta-feira na cidade de Feira de Santana (BA), a cerca de 100 quilômetros de Salvador, e chegou ao Rio por volta das 9h30.

"O que aconteceu foi um acidente. Poderia ter acontecido com qualquer filho de professor, de advogado liberal, com qualquer um lá. Foi um acidente e os fogos eram para fazer barulho", disse Marilene Mendonça em entrevista ao jornal "O Globo".

Diante da polícia, o suspeito se manteve em silêncio desde que foi preso. Segundo o responsável pela investigação, delegado Maurício Luciano da 17ª DP (São Cristóvão), o jovem não admitiu ter soltado o rojão.

"O Caio, assim que foi preso, não esboçou reação. Disse que não falaria a respeito do fato. Agora, sendo ouvido na delegacia manteve esse posicionamento. O Caio não admitiu nem negou o que lhe é atribuído", afirmou. "Mesmo sem confissão, as provas são contundentes."

O delegado disse que o suspeito tem um jeito de ser na vida particular e outro quando está em grupo. Luciano acompanhou Souza no voo que o levou de Salvador para o Rio de Janeiro.

O chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, afirmou que o inquérito será entregue à Justiça na próxima sexta-feira (14). "Há uma ordem de prisão cautelar expedida para o Caio Silva de Souza", disse. "Chegamos ao Caio via advogado. A diferença entre parar de fugir ou se entregar só o juiz vai avaliar."

PRINCIPAL SUSPEITO

  • Reprodução/TV Brasil

    Imagens da "TV Brasil" mostram um homem de camisa cinza e calça jeans correndo pela Central do Brasil. Para a Polícia Civil, ele foi o responsável por acender o rojão