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Em vez de black blocs, partidos e movimentos sociais protagonizam ato no RJ

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

13/02/2014 23h55

O protesto desta quinta-feira (13) contra o aumento da passagem de ônibus no Rio de Janeiro transcorreu de forma pacífica, sem desentendimentos com a Policia Militar nem tentativas de depredação por parte dos manifestantes.

Foram percorridos cerca de seis quilômetros entre a Candelária e a sede da prefeitura, na Cidade Nova, no centro da cidade. Diferentemente da maioria dos atos anteriores, os protagonistas não foram os black blocs, e sim ativistas ligados a partidos políticos de esquerda e movimentos sociais.

Havia um grande número de bandeiras, faixas e cartazes que representavam legendas como PSOL, PSTU, PCB e PCR, além de movimentos como FIP (Frente Independente Popular) e MPL (Movimento Passe Livre), entre outros. Em clima de Carnaval, os jovens cantavam, dançavam e gritavam palavras de ordem contra o governador do Estado, Sérgio Cabral (PMDB).

Segundo manifestantes ouvidos pelo UOL, o ato desta quinta foi uma "reação" ao que eles entendem ser uma "tentativa de criminalizar os movimentos sociais e partidos de esquerda". Na visão deles, a repercussão da morte do cinegrafista da "Band" Santiago Ilídio Andrade, 49, atingido por um rojão durante um protesto no centro do Rio, gerou um "retrocesso".

"Esse ato é uma resposta às tentativas de neutralizar a esquerda no Rio e no Brasil. Tanto a mídia quanto a opinião pública estão 'demonizando' as manifestações. Isso é um retrocesso", argumentou o estudante universitário Felipe Santana, 24.

"Qual é a credibilidade do advogado que tentou envolver o Freixo [Marcelo Freixo, deputado do PSOL] com os caras que jogaram a bomba [em referência ao artefato que vitimou o cinegrafista da "Band"]? Será que ninguém vê que isso é um jogo político?", questionou a artista plástica Maíra Mourão, 26.

O nome de Freixo foi vinculado ao caso da morte de Andrade pela manifestante Elisa Quadros, conhecida como Sininho, que teria supostamente oferecido auxílio para o advogado Jonas Tadeu Nunes, responsável pela defesa dos dois jovens indiciados pelos crimes de homicídio doloso qualificado e explosão no inquérito sobre a morte do cinegrafista da "Band". São eles Fábio Raposo e Caio Silva de Souza.

A suposta oferta foi relatada pelo advogado no domingo (9). Segundo ele, seu estagiário Marcelo Matoso teria recebido uma ligação de Sininho. O estagiário repassou o telefone ao advogado, que afirmou que a manifestante disse que estava ligando em nome do parlamentar para lhe oferecer uma equipe de advogados para ajudar na defesa de Fábio Raposo.

O deputado negou ter qualquer relação com os dois manifestantes envolvidos na morte do cinegrafista. Freixo afirmou que vai pedir à Polícia Civil que apure a denúncia que o relaciona ao suspeito de ter atirado o rojão.

Veja as últimas imagens feitas por cinegrafista da Band