Em clima de carnaval, manifestantes protestam no centro do Rio
Cerca de mil pessoas interditaram a faixa central da avenida Presidente Vargas, no centro do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (13) para mais um protesto contra o aumento da passagem de ônibus no Rio de Janeiro, que passaram de R$ 2,75 para R$ 3 no último dia 8. Os manifestantes se reuniram na praça da Candelária, e partiram pouco depois das 18h30 rumo à Prefeitura do Rio, passando pela Central do Brasil. Em clima de carnaval, eles parodiavam marchinhas famosas.
Eles fizeram um minuto de silêncio ao chegarem ao local onde o cinegrafista da "TV Bandeirantes" Santiago Andrade foi atingido por um rojão no dia 6 de fevereiro. Em seguida, os manifestantes aplaudiram a vítima, que morreu na última segunda-feira (10) e teve o corpo cremado nesta manhã.
Os ativistas também protestaram contra a Copa do Mundo deste ano e gritam slogans contra o governador do Rio, Sergio Cabral (PMDB). Além de pessoas comuns, participam do ato muitos ativistas ligados a partidos políticos, que exibem bandeiras do PSOL, PSTU, PCB, FIP e de movimentos sociais. A quantidade de manifestantes, por enquanto, foi maior em comparação com as concentrações dos atos anteriores.
O policiamento foi reforçado, com um grande número de policiais usando uniformes especiais para controle de distúrbios. Entre os cartazes e bandeiras dos manifestantes, havia mensagens sarcásticas em relação ao suposto financiamento do movimento. "Quero o meu reajuste: R$ 150 mais os R$ 3 da passagem", ironizou o estudante Rodrigo Silva dos Santos.
Durante o restante da caminhada, o grito mais frequente era "Cadê o Amarildo", uma referência ao ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, morto sob tortura por policiais da UPP da Rocinha em julho do ano passado, segundo a Polícia Civil. O único coro que rivalizava com o episódio de Amarildo era "Ê, ê, ê, cadê o meu cachê". Por volta das 21h, a maioria das pessoas que estavam no protesto deixaram o local. Permaneciam na frente da prefeitura cerca de cem manifestantes até as 21h10.
Na quarta-feira (12), o advogado do suspeito de acender o rojão que vitimou o cinegrafista afirmou que ele recebeu R$ 150 para participar das manifestações. (Com Agência Brasil)
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