Topo

Em clima de carnaval, manifestantes protestam no centro do Rio

Manifestantes tocam marchinhas de carnaval durante passeata no centro do Rio, em protesto contra o aumento da tarifa de ônibus na capital - Fabio Teixeira/UOL
Manifestantes tocam marchinhas de carnaval durante passeata no centro do Rio, em protesto contra o aumento da tarifa de ônibus na capital Imagem: Fabio Teixeira/UOL

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

13/02/2014 18h25Atualizada em 13/02/2014 22h04

Cerca de mil pessoas interditaram a faixa central da avenida Presidente Vargas, no centro do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (13) para mais um protesto contra o aumento da passagem de ônibus no Rio de Janeiro, que passaram de R$ 2,75 para R$ 3 no último dia 8. Os manifestantes se reuniram na praça da Candelária, e partiram pouco depois das 18h30 rumo à Prefeitura do Rio, passando pela Central do Brasil. Em clima de carnaval, eles parodiavam marchinhas famosas.

Eles fizeram um minuto de silêncio ao chegarem ao local onde o cinegrafista da "TV Bandeirantes" Santiago Andrade foi atingido por um rojão no dia 6 de fevereiro. Em seguida, os manifestantes aplaudiram a vítima, que morreu na última segunda-feira (10) e teve o corpo cremado nesta manhã.

Os ativistas também protestaram contra a Copa do Mundo deste ano e gritam slogans contra o governador do Rio, Sergio Cabral (PMDB). Além de pessoas comuns, participam do ato muitos ativistas ligados a partidos políticos, que exibem bandeiras do PSOL, PSTU, PCB, FIP e de movimentos sociais. A quantidade de manifestantes, por enquanto, foi maior em comparação com as concentrações dos atos anteriores.

O policiamento foi reforçado, com um grande número de policiais usando uniformes especiais para controle de distúrbios. Entre os cartazes e bandeiras dos manifestantes, havia mensagens sarcásticas em relação ao suposto financiamento do movimento. "Quero o meu reajuste: R$ 150 mais os R$ 3 da passagem", ironizou o estudante Rodrigo Silva dos Santos.

Durante o restante da caminhada, o grito mais frequente era "Cadê o Amarildo", uma referência ao ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, morto sob tortura por policiais da UPP da Rocinha em julho do ano passado, segundo a Polícia Civil. O único coro que rivalizava com o episódio de Amarildo era "Ê, ê, ê, cadê o meu cachê". Por volta das 21h, a maioria das pessoas que estavam no protesto deixaram o local. Permaneciam na frente da prefeitura cerca de cem manifestantes até as 21h10.

Na quarta-feira (12), o advogado do suspeito de acender o rojão que vitimou o cinegrafista afirmou que ele recebeu R$ 150 para participar das manifestações. (Com Agência Brasil)