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Reunião termina sem acordo em Curitiba (PR), e greve deve continuar

Segundo determinação da Urbs, empresa que gerencia o transporte público em Curitiba e região metropolitana, vans continuam circulando no segundo dia da greve de ônibus no sistema alternativo - Divulgação/Urbs
Segundo determinação da Urbs, empresa que gerencia o transporte público em Curitiba e região metropolitana, vans continuam circulando no segundo dia da greve de ônibus no sistema alternativo Imagem: Divulgação/Urbs

Do UOL, em São Paulo (SP)

27/02/2014 17h39Atualizada em 27/02/2014 18h29

Terminou sem acordo a segunda reunião de conciliação com os rodoviários de Curitiba (PR), que estão em estado de greve há dois dias, nesta quinta-feira (27), na sede do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), no centro da cidade.

O Sindimoc (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba) não aceitou a proposta do Ministério Público de 8,5% de reajuste salarial para motoristas de ônibus e 10,5% para os cobradores –a categoria pleiteia, entre outras coisas, reajuste salarial de 16% para motoristas e 22% para cobradores, mais a inflação.

Com o impasse, a desembargadora Ana Carolina Zaina suspendeu a audiência. Uma nova rodada de negociações está marcada para a próxima quinta-feira (6), a partir das 14h.

Até lá, a paralisação deve continuar, mas os rodoviários, em cumprimento à determinação judicial acordada na reunião de ontem (26), vão manter ao menos 30% da frota de ônibus nas ruas em horários regulares e 50% da frota nos horários considerados de pico (das 6h às 8h; e das 17h às 19h30). 

O cumprimento da medida está sendo acompanhado desde às 6h, em tempo real, pela Urbs (Urbanização de Curitiba S.A.), empresa que administra os serviços de transporte na cidade.

Apesar do aumento no número de ônibus em circulação, a Urbs mantém o esquema de transporte alternativo, com mais de 470 veículos cadastrados, incluindo 22 micro-ônibus e 214 vans. As vans estão autorizadas a cobrar até R$ 6.

Em caso de descumprimento da medida, a ordem judicial prevê ainda pagamento de multa de R$ 100 mil --o valor, fixado ontem, é dez vezes maior do que os R$ 10 mil acordados em primeira instância, na terça-feira (25).

Hoje, mais cedo, os rodoviários chegaram a aprovar uma proposta de reajuste feita pelo TRT em audiência com a categoria e o sindicato das empresas de transporte. Aprovada por unanimidade, a proposta da justiça previa aumento de 10,5%, abono de R$ 300 e vale alimentação de R$ 400.

Se tivesse sido aceito também pelos empresários, na audiência de hoje à tarde, o reajuste teria colocado fim à greve de ônibus na capital paranaense, que afeta 2,3 milhões de usuários.

Também na assembleia, o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, chegou a dizer que até lá a greve continua por tempo indeterminado. A proposta precisa ser ratificada pelos representantes do Setrans (Sindicato das Empresas de Transporte).

Feita pela vice-presidente do TRT, desembargadora Ana Carolina Zaina, a proposta foi um avanço nas negociações entre empresários e motoristas e cobradores. Os trabalhadores pediam aumento salarial real de 16% para motoristas e 22% para cobradores, entre uma lista de 77 reivindicações. O Setrans oferecia 5,26%, ou seja, a correção da inflação pelo INPC.