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Greve deixa 2,3 milhões sem ônibus em Curitiba

Terminal de ônibus do Portão, em Curitiba, completamente vazio devido à greve de motoristas e cobradores na capital paranaense - Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo
Terminal de ônibus do Portão, em Curitiba, completamente vazio devido à greve de motoristas e cobradores na capital paranaense Imagem: Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

26/02/2014 07h49Atualizada em 26/02/2014 13h21

Os motoristas e cobradores de Curitiba e Região Metropolitana entraram em greve por tempo indeterminado nesta quarta-feira (26). A adesão à paralisação é de 100%, incluindo as linhas de ônibus executivos. Houve piquetes e bloqueios em algumas garagens, mas nenhum registro de ocorrência foi feito. A greve deixa 2,3 milhões de pessoas sem transporte público na capital paranaense e região metropolitana e afeta o trânsito e os serviços da cidade. O comércio também está sofrendo prejuízos com a greve.

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A paralisação foi decidida na noite de terça-feira (25) pelos representantes dos 12 mil trabalhadores do sistema. Apesar da determinação da Urbs (Urbanização de Curitiba S.A.), empresa que gerencia o transporte público em Curitiba, de que pelo menos 40% da frota circulasse em horários normais, e 70% nos horários de pico, os terminais estavam vazios pela manhã. O Sindimoc (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana) alegou que não havia recebido a determinação oficial da Urbs.

Segundo a Urbs, o Centro de Controle Operacional fará o acompanhamento em tempo real das linhas para confirmar se a determinação da justiça foi cumprida. Em caso de descumprimento, o Sindimoc terá de pagar multa diária de R$ 10 mil.

O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano, porém, ajuizou pedido para elevação da multa diária para R$ 1 milhão, para coibir a desobediência à ordem judicial e garantir a circulação de frota mínima. O pedido ainda não foi julgado.

Os trabalhadores pedem aumento salarial real de 16% para motoristas e 22% para cobradores, entre uma lista de 77 reivindicações, que inclui aumento do vale-alimentação. Em nota, o Setransp (Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana) adiantou que não tem como atender à reivindicação. A proposta das empresas apenas corrige o salário dos trabalhadores pela inflação. Uma audiência de conciliação está marcada para 14h no Tribunal Regional do Trabalho.

A greve começa no mesmo dia em que a Urbs deve decidir o reajuste da tarifa para 2014, que atualmente está em R$ 2,70. Às 14h30, representantes da Plenária Popular do Transporte vão se reunir diante da sede da prefeitura para buscar uma audiência com o prefeito Gustavo Fruet e tentar evitar o reajuste das tarifas de transporte. 


Transporte alternativo
Por causa da greve, a Urbs autorizou o cadastro de veículos particulares para transporte de passageiros. Os veículos passam por uma vistoria e se forem aprovados, recebem os cartazes de identificação para circular no percurso feito pelas linhas de ônibus. A prioridade é para van e carros já cadastrados anteriormente, pois já passaram pela vistoria obrigatória. A tarifa máxima que pode ser cobrada por pessoa é de R$ 6.