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Greve dos policiais civis de Sergipe compromete trabalho de perícia e B.O.

Paulo Rolemberg

Do UOL, em Sergipe

21/03/2014 13h28

Os policiais civis de Sergipe entraram nesta sexta-feira (21) no segundo dia da greve por indeterminado. Os agentes, escrivães e funcionários da Coordenadoria Geral de Perícias (Cogerp) estão atendendo apenas casos urgentes. Em algumas delegacias os grevistas não registraram boletins de ocorrência. No Instituto Médico Legal (IML), atendimentos como exame de corpo delito foram suspensos.

Segundo o Sindicato dos Policiais Civis de Sergipe (Sinpol), a adesão atingiu cerca de 70% do efetivo, que hoje conta com cerca de 1.300 agentes e escrivães e aproximadamente 250 servindo ao Cogerp.

“A adesão dos policiais a greve é algo que me deixa contente. Sabemos que a população sairá prejudicada, mas iremos agir para que 30% do limite convencional que a lei prevê“, informou o presidente do Sindicato, Antônio Morais.

Os policiais reivindicam promoção automática dos agentes, incorporação de uma gratificação, reintegração de 15 agentes de polícia que foram desligados da Polícia Civil, reenquadramento de 45 servidores que atuam como policiais civis, mas não recebem salário de policial, regularização da situação funcional dos servidores da Coordenadoria Geral de Perícias (COGERP) e pagamento de reajustes lineares atrasados.

Dezenas de pessoas enfrentaram filas ou se aglomeram nos órgãos ligados a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe em busca de atendimento, mas foi em vão. 

Nas primeiras horas da manhã de hoje, pessoas procuraram o Instituto Médico Legal (IML) para realizar exames de corpo delito, porém não conseguiram atendimento.

“Não deixamos de atender, estamos cumprindo o 30%, mas quem for lá tem que esperar”, disse o presidente do Sinpol.

Muitas pessoas não aguentaram a espera, que durou uma manhã inteira, e foram embora.

“Tinha exame marcado desde o mês passado. Tem uma denúncia de agressão contra mim e preciso desse exame para entregar ao delegado, mas não tem ninguém para atender”, lamentou o lavrador José Laerte, que mora no município de Riachuelo, a 31 quilômetros de Aracaju (SE).

Familiares de vítimas de homicídio também sofreram com a espera. Apenas na manhã de hoje, três pessoas foram assassinadas no Estado. Os corpos foram recolhidos pelo IML, mas as famílias deverão aguardar um tempo maior do que o normal para a liberação.

A informação é que os funcionários responsáveis pela checagem de documentação e auxilio aos médicos-peritos aderiram a paralisação. 

No início da manhã, alguns grevistas chegaram a esvaziar os pneus dos veículos do órgão.

Reunião

A diretoria do Sinpol deve se reunir em breve com o secretário de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão, João Augusto Gama.

“Vamos sentar para definir e consolidar a pauta da categoria que será apresentada ao governador. Pleitos relativos à estruturação de carreira, aumento ou reposição e questões específicas serão consolidados”, disse o secretário.

“Vamos ouvir o que o governo tem para nos propor”, emendou o presidente do Sindicato.