Cheias geram crise de abastecimento de chocolate e ovos de Páscoa no Acre
A crise de abastecimento causada pelas restrições de acesso ao Acre transformou chocolates e ovos de Páscoa em produto escasso. Grande parte do carregamento de ovos de chocolate pedidos por lojas e supermercados não chegou até agora, deixando as prateleiras de muitos estabelecimentos vazias.
Isolado do restante do Brasil devido à cheia do rio Madeira, o estado do Acre sofre com uma crise de abastecimento há quase 60 dias. Nesse período somente gêneros alimentícios básicos, medicamentos e combustíveis têm sido priorizados nas ações emergenciais dos governos estadual e federal. O governador Tião Viana decretou estado de calamidade pública.
De acordo com o gerente de uma rede de supermercados em Rio Branco, César Augusto, os pedidos normalmente são feitos com uma antecedência de dois meses. “Apenas um fornecedor deixou de nos entregar, isso representa 20% do nosso estoque”, afirmou.
Já em uma franquia especializada em chocolates, os estoques foram garantidos desde janeiro, porém os produtos da linha básica, como bombons, barras e trufas estão em falta nas lojas.
Para o vendedor Ney Alves, após a notícia de que o produto pode faltar nos próximos dias, houve um aumento considerável nas vendas. “Geralmente recebemos cargas de 15 em 15 dias, mas já estamos há mais de 60 dias sem receber produtos”, afirmou.
Segundo a administradora Bruna Alves, este ano falta entusiasmo para quem pretende celebrar a data no Acre. “A Páscoa está triste, a cidade toda [Rio Branco] parece um pouco abatida por conta crise”, disse. Para Bruna, as opções também são poucas. “Não há muita variedade de produtos, ainda não decidi se vou levar algo esse ano”.
Na contramão da crise
Enquanto em Rio Branco a população ainda consegue encontrar ovos de Páscoa em alguns supermercados, no interior do estado a oferta é bem menor. O que é problema para uns, para a doceira Cida Clemente é um oportunidade.
Dona Cida teve que duplicar sua produção e hoje praticamente garante o estoque em Feijó, cidade do interior do Acre com pouco mais de 32.000 habitantes. Pelos cálculos da doceira, no mesmo período do ano passado ela recebeu pouco mais de 1.300 encomendas; já esse ano, ela afirmou ter recebido mais de 3.000 pedidos.
“Para uns, é um grande problema, mas eu não tenho do que reclamar. Tenho muito trabalho até a Páscoa”, afirmou a doceira.
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