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Exército já está com 6.000 militares na BA para substituir PMs, diz general

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

16/04/2014 15h14Atualizada em 16/04/2014 19h00

O comandante da 6ª Região Militar do Exército, general Racine Bezerra Lima, informou nesta quarta-feira (16) que 6.000 militares das Forças Armadas já estão na Bahia para garantir a segurança nas ruas da população durante a greve da Polícia Militar, iniciada nesta terça-feira (15).

O número é maior que os 5.000 anunciados inicialmente e pode mudar conforme a necessidade de mais efeitvo. O general também disse que outros 2.500 militares devem chegar nos próximos dias.

O general assumiu o comando das operações de segurança nesta tarde, após a presidente Dilma Rousseff assinar o decreto de Garantia da Lei e da Ordem autorizando o emprego das Forças Armadas na Bahia. Com o decreto, é conferido aos militares condições de patrulha, vistoria e prisão em flagrante.

Os militares que chegaram ao Estado são de Aracaju, Fortaleza, Recife e São Paulo e ficarão por tempo indeterminado.

Segundo o general, as Forças Armadas vão se concentrar em Salvador, devido ao maior número de moradores, mas também serão direcionadas ao interior, conforme a necessidade.

Segundo as associações militares, a paralisação chega a quase 100% do efetivo. Pela manhã, apenas 202 policiais foram às ruas fazer ronda. 

Em entrevista coletiva, o governador Jaques Wagner (PT) disse que as associações militares romperam com acordo firmado com o governo na terça-feira.

"Introduzi uma mudança para os praças de 7%, e eles assinaram concordando. Cinco minutos depois decretaram a greve. As associações romperam com acordo feito com o governo, adotando uma posição unilateral”, disse.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, irá nesta quinta (17) a Salvador, acompanhado do superintendente da Polícia Federal e do chefe das Forças Armadas, segundo Wagner.

"Falei com a presidente Dilma, e a população não ficará descoberta. Se necessário, vamos convocar mais homens para a segurança”, disse o governador.

A greve já foi considerada ilegal pela Justiça, nesta quarta-feira, atendendo a um pedido do Ministério Público. O procurador-geral de Justiça, Márcio Fael, alegou que a Constituição não prevê direito aos militares de fazerem greve.

Nesta madrugada, saques e arrastões foram registrados em vários bairros de Salvador.

Faculdades, escolas e algumas repartições públicas fecharam as portas por conta da insegurança. Os ônibus também deixaram de circular.

Pela falta de policiamento, a partida entre Vitória e JMalucelli, pela Copa do Brasil, marcada para hoje à noite no estádio de Pituaçu, foi adiado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Uma nova data ainda será definida. 

 Nesta quarta, um policial militar foi assassinado em Feira de Santana (108 km de Salvador). O soldado Thiago Maciel Silva, 35, teria foi levado por homenas armados e atingido por tiros. O corpo dele foi abandonado em uma rodovia.