Grevistas e governo de SP tentam colocar fim a impasse
O governo do Estado e o Sindicato dos Metroviários do Estado de São Paulo terão uma nova rodada de negociações para tentar encontrar uma solução para a greve do metrô, que chegou ao quinto dia nesta segunda-feira (9). As negociações serão retomadas na tarde desta segunda-feira durante reunião com representantes do sindicato e do governo e intermediadas pelo superintendente Luiz Antonio Medeiros, da SRT (Superintendência Regional do Trabalho).
A reunião foi anunciada no início da tarde desta segunda. Uma assembleia do sindicato dos metroviários estava marcada para as 13h de hoje, mas foi adiada para aguardar o resultado de uma reunião entre governo e sindicato. De acordo com a assessoria de imprensa do Metrô de São Paulo, o secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Jurandir Fernandes, participa da reunião.
Durante a manhã, centenas de manifestantes foram até a sede da secretaria, no centro da capital paulista, para tentar uma audiência com o secretário. Segundo o presidente do sindicato da categoria, Altino de Melo Prazeres, não houve reunião porque Fernandes não estava no local. "Só está o secretário-adjunto, que não teria autonomia para negociar", disse.
O presidente da Federação Nacional dos Metroviários, Paulo Pasin, reafirmou que o ponto central da nova rodada de negociações entre governo e grevistas é a readmissão dos funcionários cuja demissão foi anunciada hoje pelo secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes. "Evidentemente, a nossa pauta de reivindicação é muito importante. Mas, hoje, o sentimento da categoria é a reintegração imediata desses funcionários do metrô que o governo anunciou que estaria demitindo", disse Pasin.
O sindicalista questionou, ainda, a legalidade das demissões. "Eles foram demitidos de maneira abusiva, ilegal, no nosso exercício do direito de greve. A penalidade da greve por abusividade é multa, mas em hipótese alguma a demissão por qualquer forma", disse.
Entre as pautas que deverão ser levadas pelo sindicato para a reunião, está a reintegração dos cerca de 60 funcionários do metrô que, segundo o Governo do Estado, foram demitidos por justa causa.
Segundo a "Rádio Estadão", o secretário de Transportes deu um prazo até o fim da tarde para que os grevistas voltem ao trabalho. Segundo ele, "a greve deve acabar ainda esta noite".
Um protesto logo no início da manhã terminou em confronto entre a polícia e os grevistas, com lançamento de bombas de gás lacrimogêneo e manifestantes detidos. Eles foram encaminhados para o 36º DP (Vila Mariana).
Dos 13 funcionários levados à delegacia, 11 trabalham como agentes operacionais do Metrô e dois são do setor administrativo. De acordo com informações do portal "Estadão.com", eles foram encaminhados para averiguação. Além disso, por volta das 10h, um funcionário da direção do Metrô anotava o nome de cada um dos detidos, que foram ouvidos pela polícia separadamente.
Segundo a delegada Roberta Guerra, plantonista do 36º DP, os 13 detidos assinarão um termo circunstanciado e responderão judicialmente pelo artigo 201 do Código Penal, que trata da participação em "suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo", informou a Secretaria de Segurança Pública, em nota.
O rodízio de veículos está suspenso nesta segunda-feira e São Paulo registra lentidão no trânsito. Os três maiores congestionamentos deste ano no horário entre as 7h e as 10h ocorreram nos três dias úteis de greve dos metroviários.
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