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Linhas do metrô operam parcialmente em SP; estação Itaquera é invadida

Do UOL, em São Paulo

05/06/2014 06h22Atualizada em 05/06/2014 12h05

O metrô de São Paulo está operando parcialmente nesta quinta-feira (5), no primeiro dia da greve dos metroviários, descumprindo a decisão da Justiça de ontem. Às 11h, os trens circulavam na linha 1-azul entre as estações Ana Rosa e Luz; na linha 2-verde, entre Ana Rosa e Vila Madalena. A linha 3-vermelha operava entre as estações Bresser-Mooca e Marechal Deodoro. Deste modo, a  região central é a menos atingida pela paralisação. As estações Sumaré, Vila Madalena e Marechal Deodoro só foram abertas no fim da manhã.

A linha 5-lilás, que liga as estações Adolfo Pinheiro ao Capão Redondo, zona sul de São Paulo, opera normalmente desde as 5h20. Funciona normalmente também a linha 4-Amarela, que é operada por uma empresa privada e não é afetada pela greve. Ambas possuem conexão com linhas da CPTM, como a 9-esmeralda e a 11-coral.

Além dos metroviários, agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) também estão paralisados e não têm feito, por exemplo, as faixas reversíveis que auxiliam o trânsito no horário de pico. Com isso, o congestionamento para o período da manhã bateu o recorde do ano. O rodízio municipal está suspenso.

Alguns usuários invadiram a estação Itaquera da CPTM cantando "queremos trabalhar" após não conseguirem acessar as plataformas de trens, que estavam fechadas por segurança. Passageiros chegaram a descer aos trilhos e foram retirados pela equipe de segurança do local. Às 7h40, a estação foi reaberta para os usuários.

Os trens da CPTM circulam em todas as linhas, com intervalo reduzido entre as composições, segundo informações da rádio Band News. No entanto, a estação Corinthians-Itaquera, compartilhada com a linha 3-vermelha do metrô, encontra-se totalmente fechada.

Usuários arrombam portão de estação na zona leste

A estação República funciona parcialmente. Usuários podem acessar a linha 4-amarela na estação, mas não a linha 3-vermelha. O acesso é feito pela rua do Arouche.

Liminar

Na noite de ontem, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) concedeu liminar em favor do Metrô, determinando que os metroviários coloquem ao menos 70% do pessoal no trabalho durante todo o dia. Nos horários de pico, 100% do efetivo deve trabalhar. No caso do descumprimento, o sindicato será multado em R$ 100 mil por dia.

O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino Prazeres, afirmou que a decisão não será cumprida porque a categoria não foi comunicada sobre a liminar antes da aprovação da greve. Segundo o sindicato, as estações não irão abrir as portas.

Negociações

Hoje, em entrevista ao "Café com Jornal", da Band, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que a greve dos metroviários é um movimento político. O tucano também afirmou que irá pedir, à Justiça, a abusividade da greve. “Ela não tem, inclusive, representatividade entre os metroviários. Você vai ver a quantidade de pessoas que não são metroviários na assembleia [que decidiu pela greve].”

A greve havia sido anunciada pela categoria no último dia 27. Desde então, metroviários e a direção do Metrô-SP tentaram chegar a um entendimento. Na tarde de hoje, representantes do sindicato e do Metrô realizaram a terceira reunião de conciliação no TRT, mas novamente não houve acordo.

Os trabalhadores pedem reajuste de 16,5% nos salários e demais benefícios, plano de carreira --em especial para funcionários da segurança e da manutenção--, além de outras reivindicações, como aumento na PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e auxílio-creche.

Inicialmente, o Metrô ofereceu reajuste de 5,2%. Na semana passada, a companhia subiu a proposta para 7,8%. Na reunião de hoje, o Metrô ofereceu reajuste de 8,7%, vale-refeição mensal de R$ 669,16 e vale-alimentação mensal de R$ 290. Juntos, os reajustes resultariam em um aumento de 10,6% a 13,3% nos rendimentos da categoria.

Uma nova reunião no TRT está marcada para as 15h30 desta quinta-feira. Às 17h, os metroviários farão uma assembleia para decidir sobre a continuidade da greve.