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Homem é condenado a 14 anos de prisão por matar ex-prefeito de Mariana (MG)

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

10/06/2014 21h17

Um dos réus acusados da morte de João Ramos Filho, 78, ex-prefeito da cidade histórica de Mariana (112 km de Belo Horizonte), foi condenado nesta terça-feira (10) a 14 anos de prisão em regime fechado. A vítima, conhecida como “pai dos pobres, foi morta a tiros em 2008, e o crime teria motivação política.

No entanto, conforme a assessoria do Fórum Lafayette, localizado em Belo Horizonte, Leonardo Stigert da Silva, 26, permanecerá em liberdade aguardando um eventual recurso.

Outros dois réus, incluindo o suposto mandante, ainda serão julgados pelo crime em agosto deste ano após o processo ter sido desmembrado sob alegação da complexidade em julgar de uma só vez os envolvidos e por um dos advogados de defesa, recém-admitido no processo, ter alegado falta de tempo para estudar o caso.

Silva foi julgado em Belo Horizonte, para onde o caso foi remetido pela justiça a pedido do juiz Pedro Câmara Raposo Lopes, da 2ª Vara de Mariana.

O magistrado disse temer que, caso o julgamento ocorresse na cidade histórica, ele poderia se transformar em uma “querela política entre hostes contrárias”.

Leonardo Silva, descrito como quem havia pilotado motocicleta usada no dia do crime, negou participação na morte do ex-prefeito e ainda disse ter sido torturado em uma delegacia e forçado a confessar o assassinato. Anteriormente, segundo o Ministério Público, ele tinha assumido ser um dos que participaram do crime.

Conforme o órgão, no entanto, a defesa não apresentou nenhuma prova de ele ter sido torturado. A defesa dele, no entanto, disse não haver nenhuma prova concreta que ligasse o cliente ao assassinato.

Relembre o caso

João Ramos Filho foi morto com quatro tiros em um posto de combustíveis do qual era dono na rodovia estadual MG-262 por atirado que estava na garupa de uma moto. Ele havia se candidatado novamente ao cargo de prefeito e poderia assumir a prefeitura pela quarta vez.

Segundo o Ministério Público (MP), pesquisa eleitoral o apontava como favorito na disputa, com 30% das intenções de voto, enquanto o comerciante Francisco Carneiro, apontado como o mandante do crime, tinha apenas 1%.

De acordo com o MP, o “pai dos pobres’ foi assassinado porque sua candidatura ameaçava a pretensão do oponente, que também disputaria o pleito. O UOL não conseguiu contato com advogados de Carneiro.