Citando "divergências", advogado deixa defesa de pai do menino Bernardo
O criminalista Jader Marques não é mais o defensor de Leandro Boldrini, pai do menino Bernardo, assassinado em abril deste ano, no noroeste do Rio Grande do Sul. O advogado emitiu uma nota neste sábado (30) informando que, por divergências do cliente, se retirou do caso. Boldrini deve apresentar um novo representante nesta segunda-feira (1º).
"Por divergências com Boldrini sobre a condução da sua defesa técnica, recebo com naturalidade a revogação dos poderes para atuar em nome deste nos procedimentos em que é parte. Na próxima segunda-feira, ele apresentará novo defensor", afirmou.
Marques defendia o médico desde sua prisão, em abril. Sua principal tática de defesa era desqualificar as provas apresentadas pela polícia que, segundo os investigadores, incriminam o pai de Bernardo. O advogado defendia que a investigação havia conseguido apenas provar que seu cliente possuía uma má relação com o filho.
A próxima audiência do caso Bernardo está marcada para o dia 8 de setembro, no foro de Três Passos, no noroeste gaúcho. Devem ser ouvidas as sete testemunhas de acusação. Outras 22 testemunhas de defesa ainda não possuem data agendada para uma audiência.
O caso
Bernardo Uglione Boldrini, 11, desapareceu na sexta-feira 4 de abril, em Três Passos (470 km de Porto Alegre), no noroeste do RS. Na noite de segunda-feira, dia 14, o corpo do menino foi encontrado no interior da cidade vizinha de Frederico Westphalen dentro de um saco plástico e enterrado às margens do rio Mico, na localidade de Linha São Francisco.
Para a polícia, o cirurgião Leandro Boldrini, 38, pai do menino, a madrasta, Graciele Ugolini, 32, e a assistente social e amiga do casal, Edelvania Wirganovicz, 40, assassinaram o garoto. Os policiais acreditam que a herança deixada pela mãe do menino - parte do patrimônio de Leandro - depois de sua morte, um suicídio praticado em 2010, seja o principal motivo.O irmão de Edelvania, Evandro Wirganovicz também é réu. Ele é acusado de ajudar a esconder o corpo do garoto.
Desde o fim de 2013, Conselho Tutelar e Promotoria da Criança e do Adolescente de Três Passos já eram cientes do abandono afetivo de Bernardo por parte do pai e da madrasta. Depois de sua morte, relatos de que ele era agredido por Graciele chegam de pessoas próximas ao casal e de vizinhos.
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