Militantes organizam 'Revolta da Lâmpada' na avenida Paulista (SP)
Um ato batizado como “A Revolta da Lâmpada” marcará neste domingo (16) os quatro anos dos ataques com lâmpadas fluorescentes cometidos por um grupo de jovens na avenida Paulista. A intolerância a homossexuais teria motivado as agressões.
O ato em São Paulo é fruto da formação de um novo coletivo, composto por militantes LGBT, feministas e movimentos negros. Cerca de 80 pessoas se envolveram na organização. Até a manhã desta quinta-feira (13), 2.200 pessoas haviam confirmado presença no evento agendado no Facebook.
A programação do ato começa com uma concentração no local dos ataques, no número 777 da avenida Paulista, a partir das 16h. Haverá ali oficina de cartazes, pintura corporal e serigrafia, além da leitura de um manifesto, com uma extensa pauta de reivindicações. Depois, por volta das 17h, o grupo descerá a rua Augusta e marchará até a praça Dom José Gaspar, no centro da cidade.
O coletivo defende a equiparação dos crimes de discriminação por identidade de gênero e orientação sexual aos termos da Lei do Racismo e a criação de um Mapa da Violência LGBT no Brasil para consulta pública.
Além disso, reivindica um Estatuto da Família que reconheça outros arranjos familiares além do casamento entre homem e mulher e a legalização do consumo medicinal e recreativo de maconha.
A intenção é criar um ato político que relacione a luta pelos direitos da população LGBT a outros movimentos. “Nosso objetivo também é unificar diferentes causas LGBT, feministas, negras e de outros corpos discriminados sob um denominador comum”, afirmam os organizadores. “Buscamos um espaço em que os corpos, sejam quais forem eles, se sintam livres e que possam expressar seu descontentamento com as politicas inexistentes ou ineficientes”, acrescentam.
De acordo com eles, não há a intenção de concorrer com a parada LGBT, mas a tentativa de aprender com a experiência que ela proporciona. “Um dos grandes desafios das paradas LGBT é 'equalizar' o fervo (diversão) e a agenda política, a festa e a militância. Estamos buscando novas linguagens e expressões para abordar as reivindicações da comunidade LGBT. Ampliamos a agenda para outros temas, como os direitos sexuais e reprodutivos, de gênero e étnicos.”
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