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Polícia tem indícios de oito crimes de suposto matador em série no Rio

Sailson José das Graças, 26, chega a Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, no RJ - Fábio Gonçalves/Agência O Dia/Estadão Conteúdo
Sailson José das Graças, 26, chega a Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, no RJ Imagem: Fábio Gonçalves/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

Do UOL, no Rio

12/12/2014 12h44

O delegado titular da DH (Divisão de Homicídios) da Baixada Fluminense, Pedro Medina, afirmou na manhã desta sexta-feira (12) que há indícios de que Sailson José das Graças, 26, participou de ao menos oito dos 43 assassinatos que disse ter cometido. Ele afirma ter matado 39 mulheres, um bebê e três homens.

Sailson foi preso na noite desta terça-feira (9) suspeito de ser o responsável pelo assassinato de uma mulher de 64 anos na Baixada Fluminense. A morte e o assassinato de outras quatro vítimas, todas em 2014, já estavam sendo investigados pela DH. Segundo a polícia, ele teria atuado a mando da companheira, Cleusa Balbina, 42. As demais mulheres Sailson teria matado "por prazer", afirmou ao ser "apresentado" à imprensa na delegacia na quinta-feira (11).

O suspeito disse só ter se arrependido de matar o bebê, que teria começado a chorar enquanto a mãe era assassinada e, por isso, também foi morto. Todos os crimes teriam ocorrido na região da Baixada Fluminense nos últimos sete anos.

"Não sei se foram 38 mulheres que ele executou", disse o delegado. "Mas tudo até agora nos leva a crer que pode ser uma história verídica. Ainda não encontramos nenhum indício de contradição."

O homem afirmou que não escondia os corpos - só o da primeira vítima, quando ele tinha 17 anos. Quando era contratado, matava a facadas. Quando "por prazer", enforcava. Sailson disse que ficava nervoso quando passava mais de dois meses sem matar ninguém. Suas vítimas, afirmou, eram mulheres brancas. "Não matava negras porque é a minha cor e da minha família, me fazia lembrar a minha família", afirmou.

O delegado declarou que segue cruzando os dados e colhendo depoimentos de Sailson para saber se, de fato, ele matou a quantidade de pessoas que afirma ter matado. "Não queremos criar um factoide, estamos checando tudo com calma e responsabilidade."

Para Pedro Medina, o fato de ele não ter sido preso até hoje pelos homicídios se deve às táticas do assassino ao cometer os crimes e depois: usava toucas ninja, por exemplo, e cortava as unhas após enforcar uma vítima, para que não fossem encontrados vestígios. À imprensa, Sailson afirmou ser "calculista".

Ele já tinha quatro passagens pela polícia, mas nenhuma por assassinato: roubo e furto, em 2007; porte de arma, em 2010; e furto qualificado, em fevereiro deste ano. Em depoimento e aos jornalistas, o homem negou ter violentado qualquer uma de suas vítimas antes de matá-las.