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Promotor é baleado em MG; polícia suspeita de vingança

21.fev.2015 - Marcas de tiros do carro do promotor Marcus Vinícius Ribeiro Cunha, em Monte Carmelo (MG) - Polícia Civil/Divulgação
21.fev.2015 - Marcas de tiros do carro do promotor Marcus Vinícius Ribeiro Cunha, em Monte Carmelo (MG) Imagem: Polícia Civil/Divulgação

Renata Tavares

Do UOL, em Uberlândia (MG)

22/02/2015 10h15Atualizada em 23/02/2015 10h51

O promotor de Justiça de Monte Carmelo (MG), Marcus Vinícius Ribeiro Cunha, 33 anos, foi baleado na noite de sábado (21) enquanto saía da sede da Promotoria de Justiça, onde teria passado o dia trabalhando.

Segundo a Polícia Militar, Marcus Vinícius entrava no carro no momento em que um homem em uma moto chegou e disparou várias vezes. O promotor tentou correr e se esconder em um restaurante que fica próximo à promotoria, mas o suspeito ainda o perseguiu e fugiu logo em seguida.

O promotor foi atingido por quatro disparos nas costas, sendo perfurados órgãos como o pulmão e os rins. Marcos Vinícius foi encaminhado para um hospital de Uberlândia e permanece internado em estado grave.

Na parte traseira do carro do promotor ficaram pelo menos 12 marcas dos disparos. A perícia da Polícia Civil recolheu seis projéteis e munição na porta da promotoria.

Segundo relato de testemunhas, o agressor era um homem magro e alto em uma moto de cor azul.

Durante as investigações os policiais localizaram câmeras de segurança das casas que ficam próximas à sede da promotoria de Monte Carmelo, que fica a 497 km de Belo Horizonte.

Por meio delas, de acordo com a polícia, foi possível identificar a placa da moto e chegar ao suspeito Juliano Aparecido de Oliveira, 22 anos, que mora em Romaria, cerca de 25 km de distância da cidade onde aconteceu o crime. Ele está detido.

Segundo o delegado Wilton José Fernandes, o pai de Juliano de Oliveira é o ex-vereador de Monte Carmelo Valdelei José de Oliveira (PR), que também foi detido nesta madrugada depois de se apresentar espontaneamente na delegacia de Monte Carmelo.

Após fazerem buscas na casa do ex-vereador, a Polícia Militar encontrou um revólver da marca Rossi calibre 32 que pode ter sido usado no crime. A arma foi apreendida e encaminhada para a perícia.

Ainda nesta manhã, os dois estavam sendo ouvidos pelo delegado e os escrivães da delegacia de Monte Carmelo.

Valdelei José Oliveira foi apontado, segundo as investigações do Ministério Público Estadual movidas por Marcus Vinícius, como peça de um esquema montado na cidade para fraudar processos licitatórios de empresas contratadas para prestar serviços à prefeitura no final de 2013. A operação foi batizada de “Feliz ano novo”.

Valdelei e outros três vereadores tiveram a prisão decretada naquele ano. 

Na época, os vereadores da cidade aprovaram a cassação do mandato de Valdelei Oliveira, segundo a Polícia Civil.

Família nega envolvimento dos suspeitos

Maria José Oliveira, mãe de Juliano, disse ao UOL que o filho estava em um churrasco no momento em que aconteceu o crime e que o marido estava em uma fazenda trabalhando.

"Eu conheço meu marido e meu filho. Eles não iriam cometer esse crime. Até agora estão acusando sem provas. As imagens apresentadas estão borradas e não dá pra ver nada direito", disse.

Questionada sobre a arma e citada pela Polícia Militar no boletim de ocorrência, Maria José disse não saber. "Eu não vi nenhuma arma."