Santa Catarina enfrenta greves em educação, saúde e justiça
Os professores e servidores municipais de Florianópolis decidiram em assembleia com 3.000 pessoas, realizada na tarde desta quarta-feira (13) no Centro Cívico da capital, entrar em greve por tempo determinado a partir da meia-noite.
As escolas da capital pararam ao meio-dia, com os professores abandonando as unidades para participar da assembleia, deixando cerca de 20 mil crianças sem aulas. Os servidores municipais também entraram em greve, com paralisação imediata nos postos de saúde.
O Sintrasem (sindicato que reúne professores e servidores) não aceitou a proposta da prefeitura de 4% de reajuste. Logo depois da tomada da decisão pela greve, uma passeata foi realizada pelas ruas centrais da cidade. Um grupo de professores protestou na frente da Câmara A Guarda Municipal usou spray de pimenta, atingindo 12 professores. Não há informações de feridos.
Os grevistas têm 54 reivindicações. O prefeito César Souza Júnior (PSD) disse que já temia a paralisação. Sua assessoria divulgou que o pedido do Sintrasem elevaria as despesas da prefeitura em R$ 1 bilhão, o que seria inaceitável.
Greve estadual
Santa Catarina já enfrenta a greve de professores estaduais, iniciada em 24 de março --são 53 dias de paralisação.
Hoje, estima-se que cerca de 100 mil alunos da rede estadual estão sem aulas. O Sinte (sindicato dos professores do Estado) calcula que cerca de 15 mil professores estão parados. A Secretaria de Educação diz que são apenas 8.000, do total de 40 mil.
Um grupo de 80 sindicalistas ocupa o saguão da Assembleia Legislativa. O pessoal grupo colchões e montou uma cantina improvisada nas escadarias da entrada. A ocupação é pacífica e nenhum incidente foi registrado.
Segundo o professor Marcelo Serafim, do comando de greve, a escolha da assembleia para ocupação "foi simbólica". "É nesta casa que tramitam as leis que nos prejudicam, é aqui que queremos o enfrentamento político."
Retomada do diálogo
O diálogo entre grevistas e governo estadual foi retomado na terça-feira (12), em um movimento do governo. A posição oficial era não aceitar a retomada das negociações enquanto os professores não retomassem as aulas,
As negociações tiveram participação de deputados da Comissão de Educação da Assembleia. A pauta inclui as faltas (os grevistas se recusam a ser descontados), plano de carreira, reposição de aulas e desconto dos dias parados.
Os professores exigem aumento de 13% retroativo a janeiro. Outro ponto da hora é relativo à greve de 2012, da qual resultou uma pendência sobre faltas. Os sindicalistas querem zerá-la.
Uma assembleia da categoria está marcada para amanhã (14) para análise do resultado das negociações, ainda em curso.
Judiciário parado
Os funcionários do Justiça Estadual estão parados desde abril. Fóruns e o próprio Tribunal de Justiça funcionam precariamente. Ainda não é possível estimar o número de audiências canceladas.
Hoje os grevistas receberam uma proposta de reajuste de 8,7 %. Uma assembleia foi marcada para amanhã para decidir sobre ela.
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