Conteúdo publicado há 4 meses

'Maquiavélica', diz delegado sobre socialite suspeita de fraude milionária

O delegado Alex Machado, da Polícia Civil de Minas Gerais, descreveu a empresária Samira Monti Bacha Rodrigues, suspeita de envolvimento em fraudes financeiras que chegam à casa dos R$ 35 milhões, como "extremamente envolvente" e "maquiavélica".

Quem é Samira

Presa como suspeita de ser a mentora de um esquema de fraudes milionário, Samira tem 40 anos, é casada, e vem mantendo, desde 2020, um padrão de vida considerado de luxo. A investigação revelou sua preferência por relógios caros, carros importados, joias, bolsas de grife, e apartamentos de alto padrão.

Segundo as investigações, foi a partir de 2020 que Samira passou a frequentar festas e eventos da alta sociedade em Belo Horizonte. Nos últimos quatro anos, ela chegou a realizar diversas viagens internacionais para comprar artigos de luxo. Numa única viagem a Dubai, gastou US$ 148 mil (R$ 813 mil) na compra de joias.

Samira morava em um apartamento de R$ 6 milhões com o marido, a família e três empregadas, em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte. Ela é descrita pela polícia como a "cabeça" do esquema de fraudes.

As operações da polícia resultaram em 11 prisões de um total de 12 mandados expedidos no interior do imóvel. "Nós prendemos todo mundo. Foram 11 pessoas", detalhou Machado.

Apesar de gostar de ostentar sua riqueza, Samira mantém uma presença discreta nas redes sociais. Seu perfil no Instagram, com 1.146 seguidores, é fechado e ela escolhe quem pode acessar o conteúdo.

Amizade de décadas

A amizade de Samira com um dos sócios de uma empresa da qual ela também fez parte foi preponderante para a sua iniciação nos desvios e esquemas fraudulentos, disse a polícia.

A relação entre Samira e esse sócio começou há cerca de 20 anos, no setor bancário. Segundo Machado, a confiança mútua se aprofundou à medida que Samira acompanhava o sócio em suas transições de banco e setor.

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O vínculo profissional evoluiu para uma amizade íntima. Samira e o sócio tornaram-se padrinhos de casamento um do outro, consolidando um vínculo pessoal e profissional sólido.

Em 2018, Samira se tornou oficialmente sócia da primeira empresa, que lidava com cartões de benefício. Inicialmente, ela recebeu uma pequena participação, de 1%, mas sua influência parecia ser muito maior.

Em 2020, surgiram os primeiros sinais de fraude nos cartões. "Ela começou a descobrir que poderia fazer fraudes nos cartões, gastar e tirar proveito dos desvios", afirmou o delegado. Ela teria aplicado golpes enquanto sócia de três empresas diferentes, duas no ramo de cartões de crédito e outra de antecipação de recebíveis.

Entre os bens recuperados na operação estavam relógios de luxo, bolsas de até R$ 280 mil e joias. A empresária aumentava os limites dos cartões das empresas, gastava os valores e, em seguida, apagava as dívidas dos sistemas.

O prejuízo precisava ser arcado pelos pequenos empresários e estabelecimentos, onde os cartões eram passados pelos clientes.

Clientes procuraram as empresas para relatar problemas, mas ela "maquiou" planilhas. Segundo Machado, ela alterou dados, orientando que funcionários não contassem os problemas aos outros sócios.

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Essa mulher é maquiavélica. Na cabeça dela, ela é vítima. Ela se tornou sócia em 2018, da primeira empresa. Então, nos primeiros dois anos, parece que não houve nada. A partir de 2020, começa a descobrir que ela poderia fazer as fraudes nos cartões. Gastar e ela mesma tirar proveito dos desvios. É uma pessoa muito envolvente, extremamente envolvente.
Alex Machado

A reportagem tenta localizar a defesa de Samira. O espaço segue aberto para posicionamento.

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