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Após exumação, coração de padre morto há 7 anos é encontrado em bom estado

Restos mortais do padre católico Angelo Angioni, que morreu há sete anos, foram exumados na última semana. À direita, o coração, que apresenta bom estado de conservação - Facebook/Página Servo de Deus Monsenhor Angelo Angioni - Brasil
Restos mortais do padre católico Angelo Angioni, que morreu há sete anos, foram exumados na última semana. À direita, o coração, que apresenta bom estado de conservação Imagem: Facebook/Página Servo de Deus Monsenhor Angelo Angioni - Brasil

Wagner Carvalho

Do UOL, em Bauru

09/06/2015 23h46

O bom estado de conservação do coração do padre Angelo Angioni, que morreu há sete anos em José Bonifácio (483 km de São Paulo), surpreendeu fiéis e moradores da cidade do interior paulista.

O fato, que foi constatado após a exumação dos restos mortais do religioso --feita na semana passada--, chamou a atenção até mesmo das autoridades da Igreja Católica responsáveis por recolher informações para beatificações.

Paulo Villota, uma dessas pessoas, contou que foi surpreendente encontrar o órgão nessas condições. “É um fato extremamente raro”, afirmou ele.

De acordo com Villota, o coração geralmente se decompõe completamente cerca de dois meses após o enterro. No entanto, e para conter a euforia dos fiéis, o perito afirmou que o fenômeno, apesar de raro, pode acontecer com os restos mortais de qualquer pessoa e por uma série de motivos.

A população da cidade lotou a igreja de São João Batista no último domingo para acompanhar o início do processo de beatificação e canonização do padre.

Durante a missa que marca o início do processo, dom Tomé Ferreira da Silva, bispo da Diocese de São José do Rio Preto, apresentou os restos mortais do padre, que estavam sepultados em um jazigo na igreja matriz da cidade antes da exumação, e destacou o bom estado do coração do religioso. 

Processos de beatificação e santificação são longos e estão só no começo

Os integrantes do Tribunal Eclesiástico que irão analisar os milagres atribuídos ao monsenhor foram apresentados à comunidade. São eles que irão investigar cada relato de graça ou milagre atribuídos ao religioso.

O processo começa com a beatificação, que está em sua fase inicial e pode se desenvolver por décadas antes de ser concedida. Para que Angelo Angioni seja declarado beato, é preciso que a Igreja Católica reconheça um milagre que tenha sido realizado pela intercessão do religioso.

Após isso, para que obtenha o status de santo, um milagre diferente precisa ser comprovado pelos peritos do Vaticano. Ou seja, dois milagres precisam ser reconhecidos e comprovados por Roma para que Angioni possa ser reconhecido como santo pelos fiéis católicos.

Durante a cerimônia religiosa, dom Tomé Ferreira da Silva pediu para que os fiéis enviem relatos sobre Angioni e apresentem cartas e documentos que atestem os possíveis milagres que foram realizados pelo religioso.

Angioni nasceu na Itália em 1915, foi ordenado aos 23 anos e chegou ao Brasil em 1951, se estabelecendo em José Bonifácio, onde atuou como sacerdote católico por quase 60 anos.