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Cão de raça morre durante banho em pet shop de Mogi das Cruzes (SP)

Theodor, cão da raça Lhasa Apso, foi levado para banho, mas acabou morrendo no pet shop - Arquivo pessoal
Theodor, cão da raça Lhasa Apso, foi levado para banho, mas acabou morrendo no pet shop Imagem: Arquivo pessoal

Eduardo Schiavoni

Colaboração para o UOL, em Ribeirão Preto (SP)

06/01/2016 18h12

Um cachorro da raça Lhasa Apso de cinco anos morreu, aparentemente enforcado, em um pet shop de Mogi das Cruzes (SP) enquanto tomava banho.

De acordo com a família dona do animal, que se chamava Theodor, a loja informou que a funcionária que realizava o serviço deixou o animal em uma pia, amarrado a uma coleira, quando saiu da sala de banho por alguns minutos e, ao chegar, encontrou o cachorro suspenso pelo equipamento, com o pescoço quebrado. Os donos do animal já pediram um laudo e afirmam que devem processar a loja. 

Os donos contaram a história nas redes sociais e a morte de Theodor tem causado intensa comoção. Natália Rong, 20, que ganhou o cachorro de presente há cinco anos, conta que Gilson Nóbrega,  padrasto dela, entregou o cachorro, na segunda-feira, às 13h30, para que ele fosse banhado no pet shop Baby Estética Animal e, três horas depois, quando foi buscar o mascote, recebeu o animal já sem vida.

"No primeiro momento, eles disseram que ele passou mal e que era pra levá-lo imediatamente ao veterinário. Meu padrasto levou em outro pet próximo e foi constatado que ele já estava morto há horas", contou.

Depois da constatação, Nóbrega voltou ao pet shop onde havia deixado Theodor para o banho e, ao questionar o que havia acontecido com o Lhasa Apso, foi informado que ele acidentalmente se enforcou.

Indignada com a falta de informações e com o que classificou de descaso, a família mandou o corpo do cachorro para a capital paulista para ser periciado e, depois de constatada a causa da morte, vão registrar o caso na polícia.

"Deram o cadáver do Theodor pro meu padrasto. Eles não avisaram a gente, ficamos sabendo só quando ele chegou lá. Disseram que houve um acidente ele acabou se enforcando, mas nem se explicar direito se explicaram", disse ela, que relatou, ainda, que a família tomará medidas judiciais contra a empresa. "Nada traz ele de volta, mas queremos que a justiça seja feita e mais nenhuma família passe por isso", disse.

Saudade

Theodor tomava pelo menos um banho por semana no local. A família era cliente do pet shop há pelo menos um ano. Segundo Patrícia Rong, mãe de Natália e também dona do cachorro, a família toda está sentindo a perda do animal, mas a forma como ele morreu causou revolta.

“Eu chamava ele de neto. Ele era muito dócil, carinhoso mesmo. Minha filha está abalada, eu não tenho ânimo nem para trabalhar. Era a alegria da casa", conta.

Já Natália conta ainda que tem recebido mensagens de apoio de centenas de pessoas depois que compartilhou o caso através das redes sociais.

Ela ressalta que tem recomendado a todas as pessoas que fazem contato para não levarem seus animais ao local onde Theodor morreu.  "Mataram o meu cachorro, levamos ele com vida e saudável e entregaram um cadáver. Peço a todos que não levem seus pets lá. Nada traz ele de volta, mas que a justiça seja feita e mais nenhuma família passe por isso", conta.

Processo

6.jan.2016 - O cão Theodor, da raça Lhasa Apso, com sua dona Natália Rong. Ele morreu em um pet shop de Mogi das Cruzes (SP) - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
O cão Theodor com sua dona Natália Rong
Imagem: Arquivo pessoal

A família acionou a Polícia Militar, que foi ao local e orientou que eles fossem à delegacia registrar o caso. Eles foram ao 1º Distrito Policial, mas foram informados que o boletim de ocorrência só poderia ser registrado após o corpo do cachorro passar por uma necropsia para determinar a causa da morte.

Procurada, a Polícia Civil confirmou a informação e ressaltou que, com o laudo, poderá fazer a investigação sobre o caso. "Nós já mandamos o corpo do Theodor para a necropsia, que será feita em São Paulo. A expectativa é que o resultado saia em até um mês. Vamos pagar R$ 650 para que o laudo seja feito, mas queremos justiça", disse Natália.

Ela também informou que, assim que o laudo chegar, a família fará o boletim de ocorrência e analisa processar o pet shop.

A reportagem tentou falar com os donos do estabelecimento, em três oportunidades diferentes, através do telefone da empresa, mas ninguém atendeu às ligações nem retornou o contato. 

Em postagem realizada ontem em seu perfil oficial, entretanto, a empresa admitiu que a morte -- classificada como o primeiro acidente em seis anos de funcionamento -- ocorreu devido ao erro da funcionária.

"Estou muito chateada e peço perdão a todos (...) infelizmente foi um erro, mas só quem pode julgar é Deus", disse a empresa no perfil.  A autora da mensagem afirmou ser a dona do pet shop. Com a repercussão da postagem, entretanto, o perfil foi apagado horas depois.

A reportagem também mandou mensagem para o perfil da filha da dona do pet shopp. Uma pessoa que se identificou como a dona do espaço chegou a responder e pediu contatos da reportagem para que o advogado da empresa fizesse contato, o que não ocorreu até o fechamento desta matéria.