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Polícia prende suspeito de matar ganhador da Mega-Sena em Limeira (SP)

Arlei Silva, que dividiu um prêmio da Mega-Sena de R$ 16 milhões, foi encontrado morto na semana passada - Arquivo pessoal
Arlei Silva, que dividiu um prêmio da Mega-Sena de R$ 16 milhões, foi encontrado morto na semana passada Imagem: Arquivo pessoal

Fabiana Marchezi

Colaboração para o UOL, em Campinas (SP)

26/02/2016 13h03

A Polícia Civil de Limeira (150 km de São Paulo) prendeu nesta quinta-feira um cabeleireiro de 32 anos suspeito de matar Arlei Rosa Silva, 53, um dos ganhadores de um bolão da Mega-Sena, em maio de 2007.

Silva, que dividiu um prêmio de R$ 16 milhões, foi encontrado morto na quarta-feira (17) em uma estrada municipal, às margens da rodovia Engenheiro João Tosello (SP-147).

Segundo a polícia, a identificação do suspeito foi possível depois que uma testemunha contou que Silva foi visto pela última vez em um bar e que avisou no estabelecimento que sairia para receber uma dívida de aluguel e voltaria para pagar a conta.

Depois disso, ele não foi mais visto até ser encontrado morto. "Com a informação da testemunha, nós chegamos até o inquilino", disse o delegado Renato Barreto, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG).

De acordo com a polícia, Jonathas César Goveia, que morava em uma das casas de Silva, cometeu o crime por causa de uma dívida de R$ 4.800 referente ao aluguel e à renovação do contrato do imóvel.

Conforme o delegado, câmeras de segurança de um vizinho mostraram o momento em que a vítima entrou na casa, onde também funcionava o salão de cabeleireiro, no dia 15, e não saiu mais.

Outra câmera de monitoramento da prefeitura também registrou o momento em que um Palio branco que chegou à casa de Silva no dia seguinte passou na mesma direção de onde o corpo foi encontrado.

"O carro pertence à mãe do suspeito e as imagens são bem nítidas, mostram a silhueta de um corpo coberto por um lençol no banco traseiro. Vinte minutos depois, o mesmo carro volta sem esse volume", contou o delegado.

Ainda segundo a polícia, após cometer o crime, o suspeito teria dormido na casa da mãe e deixado o corpo na casa dele. O veículo já foi apreendido e tem marcas de sangue. A perícia vai confirmar se o sangue é da vítima. A prisão temporária do suspeito foi decretada na noite de quinta-feira (25).

Apesar de ainda não descartar nenhuma hipótese, para a polícia o caso está parcialmente esclarecido. "Resta saber a real causa da morte, uma vez que o estado de decomposição do corpo prejudicou o laudo, mas é certo que a morte aconteceu na casa e que foi homicídio", explicou Barreto.

A princípio acreditava-se em estrangulamento, mas o estado do corpo não confirmou a suspeita. Exames complementares já foram realizados para tentar identificar a causa da morte.

Ainda segundo o delegado, o cabeleireiro nega ter cometido o crime e disse que já informou à polícia tudo o que podia sobre o caso. "Ele fala que recebeu Silva, conversou com ele e pagou a dívida e que provavelmente Silva tenha sido vítima de latrocínio [roubo seguido de morte] no caminho de volta”, concluiu.

A polícia agora procura saber se o cabeleireiro teve ajuda de mais alguém para cometer o crime e ocultar o corpo. Procurado, o advogado do suspeito não retornou o contato do UOL. 

O caso

O corpo de Silva foi encontrado na quarta-feira (17) em uma estrada municipal, às margens da rodovia Engenheiro João Tosello (SP-147). Em maio de 2007, ele dividiu o prêmio de R$ 16 milhões da Mega-Sena com 12 amigos que participaram do bolão.
Ele é o segundo ganhador da bolada a ser morto. Em novembro de 2008, o empresário Altair Aparecido dos Santos, 43, foi assassinado a tiros ao sair de uma chácara, também em Limeira. Na época, as investigações concluíram que o empresário foi morto após reagir a um assalto e que o crime não teve nenhuma ligação com o prêmio. A polícia não vê ligação entre os dois casos.