IML no centro do Rio deixa de receber corpos devido a "condições insalubres"
A crise financeira do governo do Estado do Rio de Janeiro também afeta o trabalho do IML (Instituto Médico Legal). Desde a terça-feira (7), a sede do instituto, localizada no centro do Rio, não recebe mais corpos para necropsia. A decisão de suspender o serviço foi tomada por causa da falta de higiene nas salas de perícia. Com salários atrasados, funcionários de limpeza de uma empresa terceirizada deixaram de trabalhar no local.
Os funcionários responsáveis pela limpeza estavam sem receber havia três meses e em maio foram demitidos. Legistas chegaram a contratar faxineiros com dinheiro próprio, mas viram que a situação não iria mudar e desistiram.
Em nota, a Polícia Civil informou que o serviço foi suspenso “diante das condições insalubres para a realização das necropsias” e da ausência do serviço de limpeza no órgão. Os corpos estão sendo encaminhados para o IML de Campo Grande, na zona oeste da cidade, a cerca de 50 quilômetros. Ainda conforme a nota, os corpos que haviam dado entrada na unidade central, quando a decisão foi adotada, foram submetidos normalmente à perícia.
Os corpos são enviados ao IML nos casos de morte violenta (por acidente de trânsito ou de trabalho, homicídio, suicídio etc.); morte suspeita ou morte natural de pessoa não identificada. Após a identificação das circunstâncias em que se deu a morte, os corpos são liberados, processo que deve ser acompanhado sempre por um parente ou alguém com autorização do delegado de polícia local.
Indignado com a suspensão do serviço, na terça-feira à noite o ator Thiago Lacerda, que esperava a liberação do corpo do seu tio, procurou a direção do IML. Após uma conversa, ele conseguiu que fosse feita a necropsia do seu familiar e dos parentes de outras pessoas que também aguardavam a liberação havia horas.
Outros serviços, como exames de corpo de delito, seguem sendo realizados no local. Não há prazo para a retomada das necropsias.
A Polícia Civil informou ainda que solicitou à Secretaria de Estado de Segurança e ao Governo do Estado o pagamento das empresas responsáveis pela realização da limpeza para a regularização do serviço.
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