Em 2º dia de protesto na Alerj, servidores são dispersados com bombas de gás
Do UOL, no Rio
09/11/2016 17h20
Pelo segundo dia consecutivo, servidores de Estado do Rio de Janeiro protestaram em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) nesta quarta-feira (9) contra o pacote de austeridade do governo estadual.
Na terça (8), policiais civis e militares chegaram a invadir e ocupar a Alerj por cerca de duas horas. Hoje, no entanto a tentativa de invasão da Casa Legislativa foi reprimida com bombas de efeito moral pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar.
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Os servidores estaduais que protestavam hoje são das áreas de saúde, educação e meio ambiente, entre outros. Em discurso antes da tentativa de invasão do prédio, eles afirmaram que iriam entrar "por bem ou por mal" para falar pessoalmente com o presidente da Casa, deputado estadual Jorge Picciani (PMDB).
Até então, eles estavam concentrados na escadaria da Alerj e na área em frente ao prédio.
Nas duas manifestações, o objetivo era tentar impedir as discussões sobre a proposta de ajuste fiscal do governo fluminense que, entre outras medidas, eleva a contribuição dos servidores para a previdência estadual.
Os servidores revidaram à repressão da PM jogando copos e garrafas de plástico na direção dos policiais.
Mais cedo, o anúncio feito ao microfone por um dos servidores a respeito da decisão de Picciani de retirar das discussões do pacote de medidas enviado pelo governo estadual para equilibrar as contas públicas o aumento da contribuição previdenciária do funcionalismo foi comemorado como uma vitória da manifestação da véspera, quando centenas de manifestantes conseguiram entrar na Casa.
Mas os servidores pretendem continuar protestando. "A gente não vai descansar enquanto não derrubar todos os projetos", afirmou um dos manifestantes.
Mais, cedo, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), subiu o tom contra os funcionários públicos que invadiram a Alerj. "Nem na ditadura militar houve uma proibição de que um Legislativo discutisse alguma proposta. Isso de baderna e quebrar o parlamento não é coisa de funcionário público", disse.
Pezão repetiu diversas vezes que o Estado do Rio não pode suportar que 66% de seus aposentados do serviço público deixem de trabalhar com menos de 50 anos. "Sei que é um direito adquirido, mas as pessoas devem passar mais tempo trabalhando. Nenhum Estado suporta que 66% de suas aposentadorias sejam especiais", afirmou.
Ainda assim, Pezão disse que a grave situação fiscal do Rio é momentânea. Isso porque, afirmou ele, o fundo de previdência do Estado do Rio é abastecido com parte significativa dos royalties do petróleo aos quais o Estado tem direito. (Com Estadão Conteúdo)