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Polícia fecha "santuário" acusado de maus tratos contra animais e diz que dono é reincidente

43 animais foram resgatados em condições precárias - Divulgação
43 animais foram resgatados em condições precárias Imagem: Divulgação

Demétrio Vecchioli

Colaboração para o UOL

27/03/2017 12h11Atualizada em 27/03/2017 21h39

Um suposto “santuário” de animais foi fechado pela Polícia Ambiental de Itapeva na última sexta-feira, acatando pedido do Ministério Público da cidade, localizada no interior de São Paulo. No “Santuário dos Animais de Itapeva” foram encontrados 43 animais em situação de maus tratos. O proprietário da suposta ONG, Julio Cezar Alves dos Santos, foi multado em R$ 138 mil – R$ 3 mil por cada animal. Ele responde em liberdade.

De acordo com a Polícia Ambiental, Julio Cezar já havia sido autuado em abril de 2016, em R$ 147 mil, também por maus-tratos. À época, os animais foram levados pelos policiais, mas não foi encontrado nenhum local que recebesse os bichos na região. Por isso, o delegado responsável optou por deixar os animais com Julio Cezar, que se tornou fiel-depositário deles.

Após um ano, porém, nada mudou. O Santuário diz ser uma ONG, mas de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Itapeva, o proprietário nunca formalizou essa situação, o que, no caso de uma associação protetora dos animais, exige a inscrição de um veterinário responsável, por exemplo.

Polícia fecha "santuário" acusado de maus tratos contra animais e diz que dono é reincidente - Divulgação - Divulgação
Os cães foram encaminhados para adoção
Imagem: Divulgação

Segundo a secretaria e a Polícia Ambiental, o Santuário é, na verdade, a casa de Julio Cezar, localizada no centro da cidade. “Ele já é reincidente. Já foi multado antes, tanto pelo município quanto pela Polícia Ambiental. Ele tem causado problemas há algum tempo, mas nunca tomou nenhuma providência”, diz Fábio Dias, médico veterinário na vigilância em controle ambiental e zoonoses da prefeitura.

A reportagem tentou contato com Julio Cezar, por telefone e pelas redes sociais, mas não obteve resposta. Pelo Facebook, ele postou que “não irá parar nunca de socorrer um animal de rua”, mas que vai separar a “ONG” de sua residência. Ele disse ainda que houve “generalização” quanto ao entendimento de que todos os 43 animais estavam magros, reclamando de falta de apoio. Os cães agora estão no canil municipal e já estão sendo doados.

Procurado, Julio Cezar disse que, por recomendação do advogado, não irá se pronunciar.