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Funcionários de duas linhas da CPTM entram em greve; serviço tem paralisação parcial

Passageiros embarcam e desembarcam na estação da Luz, no centro de São Paulo  - Marcio Ribeiro - 31.dez.2015/ Brazil Photo Press/ Estadão Conteúdo
Passageiros embarcam e desembarcam na estação da Luz, no centro de São Paulo Imagem: Marcio Ribeiro - 31.dez.2015/ Brazil Photo Press/ Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

10/04/2017 19h53Atualizada em 11/04/2017 07h26

Divididos em três sindicatos, os ferroviários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) seguiram caminhos diferentes sobre entrar em greve desde a meia-noite desta terça (11). Enquanto os trabalhadores das linhas 7-Rubi e 10-Turquesa decidiram cruzar os braços, os das outras quatro linhas --8-Diamante, 9-Esmeralda, 11-Coral e 12-Safira-- aceitaram o parcelamento do PPR (Programa de Participação nos Resultados) de 2016.

Como resultado, a linha 7- Rubi funciona com velocidade reduzida, com maior tempo de parada entre as estações Francisco Morato e Palmeiras-Barra Funda. Também nessa linha, o percurso entre as estações Francisco Morato e Jundiaí está sendo feito por meio de ônibus. Já a Linha 10-Turquesa, que faz o trajeto entre a estação Brás e Rio Grande da Serra, está paralisada. As demais linhas tem operação normal. As informações são do site oficial da CPTM.

Os funcionários das linhas 7-Rubi e 10-Turquesa são representados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo, que vai fazer nova assembleia às 15h desta terça (11) para avaliar a continuidade da mobilização.

A CPTM havia se comprometido a pagar o PPR em 31 de março, mas alegou não ter condições financeiras para fazê-lo integralmente na data. Em nota divulgada esta noite, a empresa chamou de "irresponsável" a decisão favorável à greve (leia a íntegra abaixo).

"Nós tínhamos um acordo assinado pela empresa e ela o descumpriu", disse o presidente do sindicato, Eluiz Matos, ao justificar a decisão dos trabalhadores de manter a greve.

Os ferroviários das linhas 11-Coral (Luz-Estudantes) e 12-Safira (Brás-Calmon Viana) são representados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil. Já os funcionários das linhas 8-Diamante (Júlio Prestes-Amador Bueno) e 9-Esmeralda (Osasco-Grajaú) têm como representantes os Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana. Os engenheiros da CPTM, por sua vez, são representados pelo Seesp (Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo).

10.abr.2017 - Trabalhadores da CPTM ligados ao Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo, que representa funcionários das linhas 7-Rubi e 10-Turquesa, decidem iniciar greve - Divulgação/Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo - Divulgação/Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo
Trabalhadores das linhas 7-Rubi e 10-Turquesa da CPTM votam pela greve
Imagem: Divulgação/Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo

CPTM diz que greve é "arbitrária"

Em comunicado divulgado na noite desta segunda, a CPTM não só considerou "irresponsável" a decisão dos trabalhadores do sindicato das linhas 7-Rubi e 10-Turquesa, como também a classificou como "arbitrária". A companhia ainda afirmou que sua direção "buscou todas as formas e alternativas no sentido de chegar a um acordo com as entidades sindicais envolvidas".

"O pagamento da segunda parcela (50%) da PPR 2016 dos empregados será efetuado no dia 16/06/2017, com valor corrigido pelo índice IPC-Fipe acumulado nos meses de abril e maio deste ano, evitando qualquer prejuízo financeiro aos seus colaboradores. Mesmo após esse esforço financeiro, na assembleia realizada na noite desta segunda-feira (10), o sindicato das linhas 7 e 10 decidiu pela greve", diz a nota. "A Companhia lamenta a decisão arbitrária e espera que os empregados das linhas 7 e 10 atuem com bom senso, considerando a responsabilidade de garantir a prestação de serviço aos quase 780 mil usuários que utilizam diariamente os trens a para chegar ao trabalho, a escola, ao médico, a rede hospitalar, entre outros inúmeros compromissos assumidos."

Os ferroviários já haviam anunciado a paralisação na terça (4), e esperavam uma nova proposta da CPTM durante as assembleias desta segunda.

A companhia foi à Justiça para pedir a manutenção do efetivo de trabalhadores em 100% nos horários de pico (das 4h às 10h e das 16h às 21h) e 80% no restante. Na sexta, o desembargador Carlos Husek, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 2ª Região, concedeu liminar (decisão temporária) determinando que os três sindicatos envolvidos mantenham 75% de trabalhadores nos horários de pico e 60% nos demais horários. O descumprimento resultará em multa diária de R$ 100 mil. O sindicato dos trabalhadores das linhas 7-Rubi e 10-Turquesa recorreu da decisão.