Rio deve R$ 1 mi à auditoria contratada para apurar lucro de empresas de ônibus
A Prefeitura do Rio de Janeiro tem uma dívida de cerca de R$ 1,1 milhão com a PricewaterhouseCoopers, firma contratada ainda na gestão do ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB), em 2014, para apurar de forma independente o real faturamento das empresas que compõem os consórcios responsáveis pela exploração das linhas de ônibus na capital fluminense.
Por esse motivo, o contrato assinado sem licitação, em junho de 2014, está suspenso, segundo informações de órgão da transparência municipal. A vigência do acordo findou em dezembro do ano passado.
A prefeitura publicou, na quarta-feira (14), uma nota no DO (Diário Oficial) por meio da qual reconhece a dívida com PricewaterhouseCoopers, mas o valor é inferior: R$ 694 mil. Segundo o governo, a inadimplência diz respeito a serviços prestados no período entre 11 de abril de 2016 e 10 de novembro de 2016.
O objeto do contrato, conforme descrição do portal Rio Transparente, é a "prestação de serviço de auditoria e de apoio geral à fiscalização dos contratos", além da "revisão tarifária das concessionárias de ônibus" e da "avalização estratégica do sistema de ônibus da cidade".
Entre 2014 e o começo de abril do ano passado, a auditoria independente recebeu dos cofres públicos R$ 10,6 milhões. O valor total do contrato é de R$ 11,7 milhões.
A varredura completa na chamada "caixa-preta" do sistema de ônibus da cidade foi anunciada pela Prefeitura do Rio, em 2014, em resposta à cobrança de protestos nas ruas. Na ocasião, desde 2013, foram realizadas várias manifestações --muitas delas terminaram em confronto com policiais-- por conta dos aumentos na tarifa e da falta de transparência na gestão.
A PricewaterhouseCoopers foi procurada pela reportagem, mas informou que não iria se posicionar. Já a Prefeitura do Rio, hoje sob governo de Marcelo Crivella (PRB), eleito em 2016, afirmou apenas, por meio da SMTR (Secretaria Municipal de Transportes), que a dívida em questão foi contraída pela gestão anterior.
O governo tampouco explicou a discrepância entre os valores informados pelo portal da transparência (R$ 1,1 milhão) e pela nota publicada no DO (R$ 694 mil).
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