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Ex-médico Roger Abdelmassih vai para prisão domiciliar em São Paulo

Nelson Antoine/ Fram/ Estadão Conteúdo
Imagem: Nelson Antoine/ Fram/ Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

24/06/2017 01h16

O ex-médico Roger Abdelmassih, 73 anos, deixou o hospital onde estava internado, em Taubaté (SP), e foi para sua casa, no bairro de Pinheiros, em São Paulo (SP), onde passará a cumprir prisão domiciliar para tratamento médico. Ele chegou por volta da 0h deste sábado (24), usando capuz e de cabeça baixa, e não falou com a imprensa. 

Abdelmassih foi condenado 181 anos de prisão por estuprar pacientes em sua clínica de reprodução. No dia 18 de maio, ele foi internado Hospital São Lucas, em Taubaté, com broncopneumonia. A defesa do ex-médico solicitou então que ele fosse transferido para prisão domiciliar, pedido que foi acatado em 21 de junho pela juíza da 1ª. Vara de Execuções Criminais de Taubaté, Sueli Zeraik de Oliveira Armani. 

Em sua decisão, ela alegou que o ex-médico sofre de "enfermidades severas, passíveis de agravamento no regime carcerário". Na quinta-feira (22), ele recebeu tornozeleira eletrônica, uma das condições impostas pela juíza para a ida para casa. 

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Laudo não determinava saída

No entanto, o cardiologista Lamartine Cunha Ferraz, autor do laudo que embasou a concessão de prisão domiciliar, afirma que não indicou que o paciente necessitava de tratamento médico fora da prisão. "O que fiz foi uma análise da cardiopatia dele, que é uma doença grave, mas que pode ser tratada com medicação. Apenas falei que ele deve ser tratado em qualquer lugar onde possa receber o medicamento adequado, na dose e no horário certos", alegou.

Um dos quesitos respondidos pelo cardiologista indagava se o paciente poderia continuar o tratamento na penitenciária de Tremembé, onde cumpria a pena. "Esse perito desconhece as condições de atendimento de saúde dos detentos no estabelecimento prisional em questão", afirmou, no documento. Conforme o cardiologista, Abdelmassih tem o que a Sociedade Brasileira de Cardiologia e os organismos internacionais definem como cardiopatia grave.

Um laudo de um médico de São Paulo e outro de um médico que também cumpre pena em Taubaté foram juntados ao processo, ambos destacando os "graves problemas de saúde" de Abdelmassih, mas apenas o laudo de Ferraz é citado na decisão da juíza. A magistrada e o promotor que acompanha o caso, Luiz Marcelo Negrini Mattos, não retornaram os contatos para comentar o caso.

Captura e condenação

Abdelmassih cumpre pena desde 2014, quando voltou ao Brasil após ser capturado em Assunção, no Paraguai, para onde havia fugido. Em 2010, ele foi condenado a 278 anos de prisão pelos estupros de pacientes cometidos entre 1995 e 2008, mas conseguiu o direito de recorrer em liberdade por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. No ano seguinte, o médico teve seu registro profissional cassado. Sua pena foi reduzida para 181 anos de reclusão em 2014. (Com informações da Agência Estado)

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