Barco com dois homens é sugado em represa de SP: "pensei no pior", diz sobrevivente
Dois homens conseguiram se salvar de um redemoinho que quase sugou o barco em que estavam em uma represa que esvaziou em Franca, interior de São Paulo. Imagens captadas durante o acidente mostram quando o auxiliar de serviços gerais Nilson Salles e o pedreiro Elias Pádua tentam equilibrar a embarcação para que ela não virasse.
O susto aconteceu na última sexta-feira (15), quando a prefeitura foi ao clube abrir as comportas da represa para medir a vazão do reservatório, que há anos sofre com assoreamento. “Mas quando chegou a hora de fechar, um toco de árvore ficou no caminho”, explicou ao UOL o gerente do clube, Esilton Tavares do Reis.
Praticamente toda água acabou escoada para o Córrego do Espraiado, que atravessa a cidade. Mas antes que a represa secasse completamente, Salles e Pádua decidiram pegar uma canoa e tentar resgatar o máximo de peixes que fosse possível. “Nossa intenção era levá-los para uma lagoa que temos na parte de cima do parque”, explicou Nilson Salles ao UOL. “Não dava pra imaginar que a gente pudesse ser sugado pela represa.”
O gerente do clube explica que, no fundo do reservatório, há uma pequena barragem. Ela é utilizada para dar vazão à água quando comporta é aberta. “O que aconteceu é que a grade dessa espécie de caixa se rompeu”, afirma Reis.
De acordo com Salles, não havia nenhum redemoinho quando eles entraram na água. “Do nada apareceu a cratera de baixo da gente. Pensei no pior. Na hora só vem coisa ruim na cabeça”, diz ele, que temeu perder a vida. “Não pensamos em pular. Nós decidimos na hora segurar a canoa para não deixar ela virar”, conta. “Se ela virasse, aquele buraco teria sugado a gente.”
O sufoco durou cerca de dez minutos. A 15 metros dali, o operador de um guincho que tentava consertar a comporta foi avisado e resgatou os dois. “Ele nos levantou primeiro. Para resgatar a canoa, jogaram uma corda, amarraram e puxaram.”
Alagamentos
Segundo o gerente do clube, a barragem foi construída para prevenir o alagamento dos bairros que ficam na parte baixa de Franca. O problema é que novos bairros foram construídos na parte alta da cidade, cujos detritos acabam escoados para a represa, assoreando o leito. “Nós temos um processo desde 2013 no Ministério Público (MP) que pede sua limpeza”, conta.
Na segunda-feira (18), o clube teve uma reunião com o MP e com o prefeito da cidade, Gilson de Souza, que estuda uma forma eficaz de limpar o local. “Na ocasião foi descartado crime ambiental”, diz.
A recuperação da represa precisa ser feita antes que cheguem as chuvas de verão, que podem causar alagamentos na cidade baixa. Mas a barragem também é importante por outros motivos, explica Reis: “Durante a seca de 2014, a Sabesp tirou água daqui 24 horas por dia pra abastecer a cidade”.
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