Professor usa cartaz e faz pedido a bandidos após ter casa invadida no Acre
Um professor decidiu fazer um apelo a ladrões depois de ter a sua casa invadida em Rio Branco, capital do Acre, na última quinta-feira (1). “Não tenho dinheiro para comprar o que o senhor me roubou”, diz o cartaz pregado em frente à sua casa.
Na última quinta, Marivaldo de Paula, 34, voltou para casa na Vila Acre por volta das 20h com seus três filhos, quando encontrou a porta aberta e os cômodos revirados.
“Eles desarrumaram tudo, mexeram nos guarda-roupas, acredito que atrás de dinheiro”, conta Marivaldo, em entrevista ao UOL. “Meus filhos começaram a chorar, com medo que ele voltasse. Até os cachorros estavam dentro da casa, assustados.”
Os ladrões levaram uma centrífuga, celulares, uma caixa de som, um botijão de gás e outros objetos menores. O prejuízo deve passar dos R$ 2,5 mil, segundo Marivaldo de Paula.
A vítima decidiu, então, pregar um cartaz em frente à sua casa com um apelo aos bandidos. “Sou professor pobre igual a todos os outros. Endividado. E compro tudo parcelado”, diz o texto. “Não tenho dinheiro para comprar o que o senhor me roubou.”
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O professor diz ter tomado tal atitude como alerta aos vizinhos e não acredita que será atendido. “Pedi o pen drive, que tem algumas informações minhas, e a centrífuga, pois aqui chove muito, então impossível lavar roupa sem ela. Mas não acredito que eles vão devolver, esses arrombamentos geralmente são feitos por usuários de drogas”, relata de Paula. A foto foi postada no Facebook no dia seguinte ao furto.
“O que fica é um sentimento de revolta: você sai de casa para trabalhar, vender rifa, levar sua filha ao hospital e quando volta sua casa está assim”, conclui o docente.
Vaquinha para ajudar a filha
No final de janeiro, Marivaldo já tinha iniciado uma campanha para ajudar a comprar uma bateria para o aparelho auditivo da filha por meio de uma rifa, que ele mesmo vende de porta em porta, e um crowdfunding, no ar desde o dia 27.
“No final do mês, fomos convidados para ir o cinema e, no meio do filme, a bateria acabou e ela não tinha mais como ouvir, o que quer dizer que não durou nem seis horas, é alarmante”, conta Marivaldo. “Eu não ia mais fazer rifa porque não é todo mundo que entende, que conhece sua história.”
Ao todo, de Paula pretende arrecadar R$ 4.200, o que dá para comprar duas baterias: uma para a filha e outra para a ex-mulher de Marivaldo, mãe da criança, que também sofre com a mesma deficiência.
“Montei uma cestinha de produtos porque não é todo mundo que doa, mas se tiver um sorteio, pode ajudar”, afirma o professor. “Vamos conseguir.”
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