Recursos vão priorizar armas, veículos e salários, diz chefe do gabinete da intervenção
O general Mauro Sinott, chefe do gabinete de intervenção federal no Rio de Janeiro, afirmou que, frente a uma limitação de recursos financeiros, a prioridade será investir na recomposição das forças policiais.
Ele citou diretamente a intenção de dar prioridade a compras de armas, investimento em carros de polícia e pagamento de salários.
Na segunda-feira (19), o general Walter Braga Netto se reuniu com um grupo de parlamentares e afirmou que seriam necessários ao menos R$ 3,1 bilhões em investimentos até o fim do ano para lutar contra a criminalidade no Rio de Janeiro.
Porém, o governo federal anunciou no mesmo dia que a verba a ser liberada seria da ordem de R$ 1 bilhão.
Sinott deu a informação sobre a prioridade de uso dos recursos nesta terça-feira após cerimônia na qual passou o comando da primeira região do Exército, que comanda 11 mil homens, para o general Antonio Manoel Barros. Ele acumulava os dois cargos e se dedicará inteiramente à intervenção a partir de agora.
Enquanto o dinheiro não chega, os interventores tentam reorganizar e reaparelhar a polícia com recursos e apoio que já dispõem.
Na tarde desta terça-feira, os interventores devem receber do Exército cerca de 100 fuzis que devem ser destinados às forças de segurança do Rio.
"A cobra continua fumando"
Em seu discurso na cerimônia de passagem de comando da 1ª Divisão de Exército Mascarenhas de Moraes, o general interventor Walter Braga Netto comparou ações recentes no Rio à participação brasileira na Segunda Guerra Mundial.
Foi uma referência ao fato de a 1ª Divisão de Exército ser conhecida como o berço da FEB (Força Expedicionária Brasileira) por ter enviado à Itália tropas brasileiras no século passado. Hoje a unidade comanda 11 mil homens e é a maior divisão de Exército do país.
Ele citou momentos recentes da unidade, sob o comando de Sinott, como operações de Segurança Pública em 2017 no Rio e no Espírito Santo, e a atual operação de Garantia da Lei e da Ordem que vigora no Rio em paralelo à intervenção federal.
"Ao analisar todas as tarefas que essa divisão cumpriu durante o seu comando posso lhe dizer que, assim como ocorreu há 73 anos com os nossos pracinhas, a cobra continua fumando", disse Braga Netto.
A expressão sobre a "cobra fumar" surgiu na Segunda Guerra como reposta a críticos que diziam que o Brasil só entraria na guerra quando a cobra fumar. Os soldados brasileiros até adotaram um brasão com uma cobra fumando para representar suas unidades no combate.
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