General Braga Netto diz que Rio precisa de R$ 3,1 bilhões para segurança
O interventor federal Walter Braga Netto afirmou na manhã desta segunda-feira (19) a um grupo de parlamentares que o Rio de Janeiro precisa de ao menos R$ 3,1 bilhões em recursos para lidar com a crise de segurança até o final deste ano.
Já o presidente Temer afirmou que o valor repassado poderia ser de até R$ 800 milhões. No domingo (18), o governo federal havia anunciado verba bilionária para a segurança pública sem dar grandes detalhes. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou na ocasião que os recurso ultrapassariam R$ 1 bilhão.
Segundo o Gabinete de Intervenção Federal, do total de R$ 3,1 bilhões, cerca de R$ 1 bilhão seriam usados para o pagamento de pessoal. Aproximadamente R$ 1,5 bilhão seria usado para custeio e investimentos até o fim do ano e R$ 600 milhões serviriam para pagamento de dívidas já existentes.
A informação foi foi repassada por deputados em entrevista e depois confirmada em uma publicação do Gabinete de Intervenção Federal no Twitter.
A reunião envolveu cerca de 20 deputados federais, cinco vereadores e um senador. O encontro, ocorrido no CICC (Centro Integrado de Comando e Controle) na capital fluminense, tinha o objetivo de informar os parlamentares sobre as ações da equipe de intervenção e receber sugestões.
Críticas ao governo federal
“Fiquei muito impressionado com a ausência total de recursos para a realização da intervenção. O interventor deixou claro que a necessidade para este ano para pagar os atrasados e para fazer frente às necessidades até o fim do ano é da ordem de R$ 3 bilhões, o que faz com que esse anúncio de R$ 1 bilhão feito pelo governo hoje seja totalmente insuficiente”, disse o deputado Alessandro Molon (PSB).
“Trata-se de uma iniciativa improvisada pelo governo federal que agora está obrigando os oficiais das Forças Armadas se desdobrarem em medidas necessárias para tentar alcançar bom êxito. Fica claro o improviso apesar de toda a boa vontade e dedicação dos oficiais”, acrescentou o deputado.
O deputado Hugo Leal (PSB), que preside a Comissão Externa da Câmara (que acompanha a intervenção no Rio), disse que é papel dos parlamentares acompanhar a disponibilização de recursos para a intervenção. “Isso é um assunto que cabe também a nós como legisladores federais”, disse.
Segundo a deputada Jandira Feghali (PCdoB), a equipe de intervenção não teria recebido todos os detalhes sobre o uso do orçamento da segurança no Rio, da ordem de R$ 8,2 bilhões. Essas informações são necessárias para que os interventores melhorem a gestão dos órgãos de segurança pública.
O UOL não conseguiu confirmar com o Gabinete de Intervenção Federal se essas informações foram ou não recebidas.
Os parlamentares disseram também que o general Braga Netto teria dito que membros de facções criminosas e de milícias serão ambos tratados como criminosos pelos interventores. Havia receio por parte dos deputados que apenas as fações ligadas ao tráfico de drogas seriam combatidas.
Segundo Leal, o interventor e os deputados também debateram possíveis projetos de lei que podem ajudar a combater a violência. Eles citaram uma ideia que obrigaria a indústria fabricante de munição a numerar todos os projéteis produzidos para ajudar na investigação de crimes. Atualmente, apenas a munição vendida a órgãos de segurança é numerada.
Investigações do caso Marielle
Os parlamentares também cobraram rapidez na investigação do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL). Eles receberam informações sobre as principais linhas de investigação do caso.
O deputado Chico Alencar (PSOL) afirmou que indícios relacionados ao tipo de munição e a um carro encontrado em Minas Gerais teriam “algum peso”, mas não seriam “relevantes” para a elucidação do caso. Segundo a polícia mineira, não há indício de uso do carro apreendido na cidade de Ubá (MG) no homicídio de Marielle.
O Gabinete de Intervenção Federal e a Secretaria da Segurança Pública não se manifestam sobre detalhes da investigação para não atrapalhar o andamento do processo. Alencar disse que os deputados cobraram celeridade na investigação do caso.
Segundo Alencar, durante a reunião, o general Richard Nunes, secretário de Segurança do Rio, teria dito que a morte da vereadora é um “homicídio paradigmático porque atenta contra a democracia”. A reportagem não conseguiu confirmar as informações com o Gabinete de Intervenção Federal.
“A gente quer apostar e quer confiar. A Polícia Civil sabe investigar isso e, se quiser e se tiver respaldo político, ela descobre os autores e seus elos que precisam ser desmantelados”, disse Alencar.
Pistas sobre o assassinato
O Disque Denúncia informa que já recebeu 27 denúncias sobre o caso e encaminhou tudo para a polícia. O anonimato é garantido.
Quem tiver qualquer informação a respeito da identificação e localização dos assassinos pode usar os seguintes canais para denunciar:
- Whatsapp ou Telegram: (21) 98849-6099
- Central de Atendimento do Disque Denúncia: (21) 2253-1177
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