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Sem fazer o parto, bebê morreria, diz médica após morte de grávida em SP

Janaína Gonçalves aparece ao lado do marido em foto postada em rede social - Reprodução/Facebook
Janaína Gonçalves aparece ao lado do marido em foto postada em rede social Imagem: Reprodução/Facebook

Fabiana Marchezi

Colaboração para o UOL

18/05/2018 17h23

Morreu, nesta quarta-feira (16), uma gestante de 28 anos que sofreu um aneurisma, após uma parada cardíaca, e foi submetida a uma cesariana de emergência na recepção de um prédio comercial no centro de Sorocaba, em São Paulo. A criança, uma menina, sobreviveu e passa bem. Ao UOL, a médica que realizou o procedimento narrou as medidas emergenciais tomadas para atender a mulher, e afirmou: "Se eu não fizesse o parto, o bebê morreria".

Janaína Gonçalves e o marido dela tinham acabado de sair da última consulta de pré-natal, e deixavam o prédio do consultório médico que frequentavam, por volta das 17 horas de segunda-feira (15), quando ela começou a passar mal. Janaína sofreu duas convulsões e uma parada cardiorrespiratória, ainda sem causa definida.

Ao ser avisada da situação de Janaína pela recepção do prédio, a ginecologista e obstetra Adriana Aparecida Dias dos Santos, que havia acabado de atender a gestante, desceu para socorrê-la. “Eu fiz massagem cardíaca, pensando no bebê também. Assim que a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência chegou (Samu) e assumiu os cuidados da mãe, eu me voltei para a criança e percebi que, se eu não a tirasse, ela ia morrer”, explicou a médica ao UOL.

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Segundo Adriana, a frequência cardíaca do bebê estava muito baixa, o que indicava alto risco de morte caso o parto não acontecesse imediatamente. “Os batimentos estavam a 80 por minuto, quando o normal é de 120 a 140. Foi uma decisão difícil, mas ou eu tirava ou ela morreria, e eu não poderia deixar isso acontecer", lembra a médica. "Tomar a decisão ali foi mais difícil do que realizar o procedimento". Adriana contou apenas com uma luva e um bisturi para operar Janaína.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, após a cesariana, a mãe e a bebê foram encaminhadas para o Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), onde a mulher morreu. A menina nasceu em parada respiratória e precisou ser reanimada. Seu peso natal registrado foi de 2,8 quilos, e ela está internada para acompanhamento de segurança no Hospital Modelo de Sorocaba. 

“Graças a Deus a criança está ótima. Nasceu bem, de 38 semanas. Tínhamos acabado de marcar a cesárea para o próximo dia 21, a gestação transcorria normalmente, mas o rompimento desse aneurisma causou um sangramento muito extenso na cabeça da mãe e ela não resistiu”, lamentou Adriana.