Imagens mostram destruição na entrada do Museu Nacional; veja
O UOL teve acesso a um vídeo que mostra imagens internas de como ficou a entrada do Museu Nacional após o incêndio da noite deste domingo, que destruiu parte do acervo de mais de 20 milhões de itens.
Nas imagens, é possível ver que poucas peças estão de pé em meio aos escombros no local e que boa parte do que estava neste local foi destruída pelas chamas. O vídeo mostra que o meteorito Bendegó, um dos itens mais importantes do acervo, resistiu ao incêndio.
O incêndio foi controlado na madrugada desta segunda-feira, após mais de seis horas de combate.
Segundo o Corpo de Bombeiros, a operação de rescaldo no local deve durar mais dois dias. O incêndio não deixou feridos, segundo informações dos bombeiros.
O Museu Nacional é vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro, e completou 200 anos em 2018. Seu acervo tem mais de 20 milhões de itens.
Especializado em história natural, é o mais antigo centro de ciência do Brasil e o maior museu desse tipo na América Latina.
A instituição foi criada por Dom João VI, em 06 de junho de 1818, e foi inicialmente sediada no Campo de Sant'Ana. Segundo seu site, "como museu universitário, tem perfil acadêmico e científico".
O maior tesouro do Museu Nacional é o esqueleto mais antigo já encontrado nas Américas, com cerca de 12 mil anos de idade. Achado em Lagoa Santa, em Minas Gerais, em 1974, trata-se de uma mulher que morreu entre os 20 e os 25 anos de idade e foi uma das primeiras habitantes do Brasil.
O crânio de Luzia e a reconstituição de sua face - revelando traços semelhantes aos de negros africanos e aborígines australianos - estão em exibição no museu. A descoberta de Luzia mudou as principais teorias sobre o povoamento das Américas. É considerado o maior tesouro arqueológico do país.
Também exposto no saguão do museu está o maior meteorito já encontrado no Brasil, o Bendegó, com 5,36 toneladas. A rocha é oriunda de uma região do Sistema Solar entre os planetas Marte e Júpiter e tem cerca de 4,56 bilhões de anos. O meteorito foi achado em 1784, em Monte Santo, no Sertão da Bahia. Na época do achado era o segundo maior do mundo. Atualmente, ocupa a 16ª posição. A pedra espacial integra a coleção do Museu Nacional desde 1888.
As múmias também estão entre os grandes destaques do acervo. O corpo mumificado de um índio Aymara, grupo pré-colombiano que vivia junto ao Lago Titicaca, entre o Peru e a Bolívia, abre a série de múmias andinas do Museu Nacional. Trata-se de um homem, de idade entre os 30 e os 40 anos, cuja cabeça foi artificialmente deformada, uma prática comum entre alguns povos daquela região. Os mortos Aymara eram sepultados sentados, com o queixo nos joelhos e amarrados. Uma cesta era tecida em volta do defunto, deixando de fora apenas as pontas dos pés e a cabeça.
O Museu Nacional tem a maior coleção de múmias egípcias da América Latina. A maior parte das peças foi arrematada por D. Pedro I, em 1826. São múmias de adultos, crianças e também de animais, como gatos e crocodilos. A maioria é proveniente da região de Tebas. Lápides com inscrições em hieróglifos também fazem parte da coleção.
Palácio foi residência da família real
O prédio onde hoje funciona o Museu Nacional/UFRJ foi uma doação do comerciante Elias Antônio Lopes ao príncipe regente D. João, em 1808, ano da chegada da família real ao Rio. Após a morte de dona Maria I, em 1816, D. João mudou-se definitivamente para o Paço de São Cristóvão, onde permaneceu até 1821.
D. Pedro I e D. Pedro II também moraram por lá. Com o fim do Império, em 1889, toda a família se exilou na França. O palácio foi, então, palco da plenária da primeira Assembleia Constituinte da República, entre novembro de 1890 e fevereiro de 1891. O Museu Nacional se mudou para o palácio no ano seguinte, 1892.
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