Só sou prefeito há 8 meses, diz Covas sobre responsabilidade por viaduto
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), tentou se eximir da responsabilidade sobre o viaduto da marginal Pinheiros que cedeu há quase duas semanas e disse, nesta terça-feira (27), que é mais difícil fazer um “duplo twist carpado” (salto de ginástica artística) do que o Ministério Público conseguir responsabilizar sua administração pelo incidente.
“Responsabilizar uma administração que está há oito meses em relação à manutenção de um viaduto que tem 40 anos é uma dificuldade argumentativa mais difícil que um duplo twist carpado”, disse sobre o inquérito instaurado pelo Ministério Público.
Os tucanos, porém, comandam a maior cidade do país desde 2017, ou seja, há quase dois anos. Covas só assumiu a prefeitura no começo de abril deste ano após João Doria (PSDB) deixar o posto para disputar o governo do estado, cargo conquistado nas urnas em outubro.
Na segunda-feira (26), o Ministério Público do Estado de São Paulo abriu uma investigação para apurar a responsabilidade e possível omissão da prefeitura no incidente do viaduto, que cedeu em 15 de novembro.
O inquérito do promotor Marcelo Milani declarou que a prefeitura teria aplicado 5% do estabelecido pela lei orçamentária (equivalente a R$ 2,4 milhões do total de R$ 44,7 milhões) para manutenção de pontes e viadutos, no município.
Outro ponto que será analisado pela promotoria é a contratação emergencial --e por isso sem licitação-- da construtora JZ Engenharia para “recuperação estrutural” do viaduto. O contrato tem duração de 180 dias.
Na semana anterior, a administração terminou a primeira fase para instalação de dez estacas no solo que ajudam a sustentar a estrutura metálica sob o viaduto.
Com essa base reforçada será instalado um macaco hidráulico para aliviar a pressão que o viaduto exerce sobre um pilar.
O prefeito justificou que não houve investimentos em manutenção de viadutos entre 2014 e 2016, período da gestão de Fernando Haddad (PT).
Covas não citou valores referentes ao ano de 2017, e disse que Doria encaminhou à Câmara o pedido para que houvesse a previsão dos R$ 44 milhões do orçamento para fiscalização e reparo dessas estruturas.
“A gente dependia de um contrato para contratar as empresas para fazerem laudos estruturais. Ficamos mais de um ano discutindo com o Tribunal de Contas [do Município] de que forma fazer essa licitação. O Tribunal entendia que deveria ser feita por menor preço e a gente entendia que deveria ser feito por menor preço e [competência] técnica”, disse Covas.
O prefeito afirmou que teve empresas que foram acionadas pela prefeitura e, ao perceberem a dificuldade técnica das análises, decidiram que não conseguiriam ajudar a prefeitura.
“Estranho seria se tivesse gasto os R$ 44 milhões sem contrato, aí sim sofreria as sanções por improbidade administrativa”, afirmou.
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