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Motorista é acusado de usar cadastro falso no Uber e estuprar menor no Rio

Uber - Divulgação
Uber Imagem: Divulgação

Pauline Frank de Almeida

Colaboração para o UOL, no Rio

14/02/2019 23h57

No Rio de Janeiro, um motorista do aplicativo Uber foi preso no início da manhã desta quinta-feira (14), acusado de estuprar uma adolescente de 15 anos ao final de uma corrida. O homem tem uma filha com a mesma idade da vítima.

Policiais civis da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) chegaram por volta das 6h à casa de Carlos Eduardo Santos de Araújo, 34, na zona oeste do Rio, onde cumpriram o mandado de prisão. 

Ao sair algemado de casa, o homem recebeu uma bronca da mãe, chocada com a notícia. "Pede desculpa, você tem uma filha de 15 anos", gritou a mulher. 

O crime aconteceu no início do mês de janeiro deste ano, quando a adolescente acionou o aplicativo para ir até o colégio.

No destino, que não foi divulgado para preservar vítima, o homem finalizou a corrida, mas impediu que ela saísse do carro e seguiu até um matagal, onde cometeu o estupro. 

Acompanhada da mãe, a garota denunciou o abuso e passou à Polícia Civil o perfil do motorista.

Durante a investigação, o delegado Adilson Palácio descobriu que a foto do condutor não batia com seu nome, os dados pertenciam a outra pessoa de quem ele teria emprestado a Carteira Nacional de Habilitação. 

A direção da Uber, inclusive, vai ser intimada para que apresente os protocolos de segurança adotados na verificação dos condutores. 

"De outubro para cá, segundo informações da própria Uber, ele já tinha feito mais de mil corridas. Ou seja, quantas outras vítimas podem ter sido lesionadas de lá para cá? Nós já temos notícias de outras possíveis vítimas. Outra coisa, quantos motoristas de Uber podem estar numa situação semelhante, ou seja, foram feitos cadastros falsificados", questionou o delegado Adilson Palácio. 

Carlos Eduardo Santos de Araújo, além do estupro, pode responder por falsidade ideológica e ainda apropriação indébita, pois já teria furtado pertences esquecidos por um passageiro no carro. 

A família do preso também vai ser chamada para depor. A polícia quer investigar se os filhos do acusado - um menino de oito anos e a garota de 15 - sofreram abusos.

Por nota, a Uber lamentou o crime e se colocou à disposição para colaborar com as autoridades. Além disso, informou que os documentos enviados pelos motoristas passam por análise de uma empresa especializada com a consulta em diversos bancos de dados.

Nota da empresa

A Uber lamenta o crime terrível que foi cometido e se coloca à disposição para colaborar com autoridades no curso das investigações, observada a legislação brasileira aplicável. A empresa repudia qualquer tipo de comportamento abusivo contra mulheres e acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos de assédio e violência. Todas as viagens são registradas por GPS. Isso permite que, em caso de necessidade, nossa equipe especializada possa dar suporte às autoridades, compartilhando informações sobre motorista parceiro e o usuário, seus históricos e qual o trajeto realizado, além de acionar seguro que cobre despesas médicas em caso de incidentes.
 
Como parte do processo de cadastramento para utilizar o aplicativo da Uber, todos os motoristas passam por uma checagem de antecedentes criminais realizada por empresa especializada que, a partir dos documentos fornecidos pelo próprio motorista e com consentimento deste, consulta informações de diversos bancos de dados oficiais e públicos de todo o País em busca de apontamentos criminais, na forma da lei.
 
Além disso, a Uber utiliza uma ferramenta de "verificação de identidade em tempo real". De tempos em tempos, o aplicativo pede, aleatoriamente, para que os motoristas parceiros tirem uma selfie antes de aceitar uma viagem ou de ficar on-line, para ajudar a verificar se a pessoa que está usando o aplicativo corresponde àquela da conta que temos no arquivo. Isso ajuda a prevenir fraudes e protege as contas dos condutores de serem comprometidas.