Acusado de estuprar, matar e queimar menina em Bauru pega 50 anos de prisão
Um homem de 40 anos foi condenado a 50 anos de prisão ontem, em Bauru (SP), pelo assassinato de uma menina de 6 anos. O crime ocorreu em 2012 na cidade que fica a 330 km da capital.
Renato Alexandre Cury Martinelli, 40, ouviu a sentença proferida pelo juiz titular da 1ª Vara Criminal de Bauru, Benedito Antônio Okuno, de cabeça baixa. Ele foi condenado pela morte de Vitória Graziela Fernandes de Lima, filha de uma mulher com quem ele se relacionou por cerca de dois meses.
Martinelli foi condenado a:
- 32 anos por homicídio quaduplamente qualificado;
- 11 anos e oito meses por estupro;
- dois anos e quatro meses por sequestro;
- um ano por ocultação de cadáver;
- três anos e dois meses por uma tentativa de estupro contra outra menina, na época colega de Vitória, em 2011.
De acordo com a advogada Miryam Miyuki Katayama, responsável pela defesa de Martinelli, o acusado confessou a autoria dos crimes a ele imputados, com exceção do estupro e de ter colocado fogo no corpo da vítima. Para o juiz que presidiu o júri, ao ser questionado sobre o estupro da menina, Martinelli disse "que não se lembrava do abuso".
Gislene Aparecida Lopes, mãe da vítima, que na época morava em Bauru no Conjunto Habitacional Fortunato Rocha Lima, afirmou hoje para o UOL, que "a justiça divina conduziu a justiça dos homens, mas nada trará meu anjo de volta". Após a tragédia, Gislene deixou Bauru e vive atualmente com os outros quatro filhos em Itapetininga (SP).
Miryam afirmou que Martinelli não pretende recorrer da sentença de 50 anos. Preso em um presídio de Iaras (SP) desde 2012, o condenado permanecerá cumprindo sua pena na unidade prisional. Ao longo do processo, quatro advogados desistiram de defender o réu.
O promotor Alex Ravanini Gomes pediu a condenação de Martinelli por todos os crimes imputados e conseguiu convencer os jurados. Ao mostrar imagens do crime e relatar detalhes de como Martinelli agiu, o promotor chegou a se emocionar diversas vezes. Mãe e irmãos da vítima igualmente se emocionaram durante o julgamento que durou oito horas.
O crime
Vitória desapareceu do conjunto habitacional onde morava com a mãe e os irmãos em 30 de abril de 2012. Testemunhas relataram que a menina brincava com outras crianças e que foi vista antes de desaparecer entrando no carro do suspeito.
O caso chegou até a polícia na manhã do dia seguinte, quando o pai da menina soube que ela estava desaparecida. Como Martinelli era o principal suspeito, os policiais começaram as buscas para encontrá-lo.
Ainda naquela noite o carro do suspeito foi achado abandonado no distrito de Guainás (distante 15km de Bauru). Cerca de duas horas depois, com o auxílio do advogado, Martinelli foi encontrado escondido dentro de um córrego, submerso na lama. Detido, ele negava participação no sumiço da criança. Somente no final da noite do dia seguinte, por volta das 22h30, o suspeito confessou o crime e indicou aos policiais onde estaria o corpo de Vitória.
Segundo o depoimento do acusado na época, ele contou que sequestrou a menina, passou em um posto de combustível para comprar gasolina e seguiu para um matagal próximo ao Jardim Manchester. No local, bateu a cabeça de Vitória com violência contra um poste de energia, o que fez com que ela desmaiasse. Depois, ateou fogo no corpo da menina com gasolina. No local indicado por Martinelli, os policiais encontraram o corpo de Vitória, praticamente todo carbonizado.
Cerca de dois meses antes de cometer o crime, o acusado manteve um relacionamento amoroso com a mãe da vítima. A relação de pouco mais de dois meses acabou porque, segundo Gislene, mãe da menina Vitória, ele era muito possessivo.
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