Câmeras de reconhecimento facial acham criminoso no Carnaval de Salvador
Um sistema de reconhecimento facial instalado em um dos acessos do Carnaval de Salvador ajudou a identificar na noite de hoje (5) um criminoso que estava foragido da polícia baiana. Ele estava com uma fantasia de mulher e pretendia participar de um dos blocos da festa, mas acabou sendo preso.
Apontado como homicida e alvo de um mandado de prisão, Marcos Vinicius de Jesus Neri, 19, era procurado desde julho do ano passado.
O sistema de reconhecimento facial é um software que compara imagens de câmeras de segurança captadas em tempo real com imagens de bancos de dados da polícia. Quando duas imagens coincidem, um policial recebe uma mensagem do sistema para decidir se a pessoa será abordada ou não. O uso do equipamento, porém, é considerado controverso na Europa. Seus críticos dizem que não seria suficientemente preciso e feriria liberdades individuais.
O suspeito foi reconhecido quando tentava passar por um dos portais de segurança instalados no circuito Dodô (Barra-Ondina).
Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública da Bahia), ele é o primeiro criminoso a ser capturado com o auxílio da nova tecnologia, recém-implantada na folia soteropolitana.
No momento da abordagem, ele vestia uma fantasia do bloco de travestidos "As Muquiranas" - um bloco do carnaval de Salvador onde homens se vestem de mulheres. Ele é considerado um criminoso perigoso pela polícia da Bahia.
"Se enganaram aqueles que acharam que, por ser último dia de festa, a secretaria iria baixar a guarda. Estamos atentos e o policiamento continuará intenso para garantir que os foliões brinquem em paz", disse Maurício Teles Barbosa, titular da pasta.
A um custo de R$ 18 milhões, o software de reconhecimento facial também ajuda a localizar pessoas desaparecidas.
Sistema controverso
O sistema de reconhecimento facial por câmeras "inteligentes" tem grande potencial para ajudar no combate ao crime no futuro, mas ainda está em fase de testes, segundo especialistas.
Segundo a organização não governamental britânica Big Brother Watch, testes na Inglaterra de sistema que usa tecnologia similar resultou em 95 "identificações" erradas. Na China, o sistema já atingiu um grau de precisão maior, segundo o governo local.
O governo do Rio de Janeiro também adotou sistema de identificação de suspeitos por câmeras inteligentes no bairro de Copacabana durante o Carnaval, mas não havia divulgado informações sobre os resultados até o fechamento desta reportagem. O sistema usa tecnologia de uma empresa que já foi multada por violar privacidade.
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