IML: jovem achada no Paranoá com marcas morreu afogada; família contesta
Jéssica Nascimento
Colaboração para o UOL, em Brasília
11/04/2019 20h07Atualizada em 12/04/2019 09h18
Um laudo realizado pelo IML (Instituto de Medicina Legal atestou que Natália Ribeiro dos Santos Costa, 19, morreu vítima de asfixia por afogamento. De acordo com a Polícia Civil, o relatório também aponta que as marcas e escoriações que estavam no corpo da estudante aconteceram após a morte dela. A defesa da vítima, porém, contesta a versão de afogamento involuntário.
O corpo da jovem foi encontrado boiando no Lago Paranoá, em Brasília, no dia 1° de abril.
Natália foi vista pela última vez em um churrasco com amigos no Clube Almirante Alexandrino (Caalex), no dia 31 de março. Segundo testemunhas, a mulher desapareceu após entrar na água com um jovem de 19 anos. Wendel Yuri de Souza Caldas foi ouvido pela polícia e liberado. Imagens do local mostram os dois juntos dentro da água.
O laudo foi concluído ontem (10). Segundo o documento, a jovem não sofreu violência sexual e não estava com o nariz quebrado, como a família afirmou no enterro de Natália.
A 5ª Delegacia de Polícia, responsável pela pela área Central de Brasília e que investiga o caso, disse que aguarda a finalização da autópsia, com o exame toxicológico e os relatórios da perícia do local da morte.
Wendel Yuri, segundo a polícia, tem uma marca de mordida no braço, o que levantou a suspeita de homicídio. Ele passou por exames no Instituto Médico Legal (IML) para verificar se a arcada dentária é da universitária.
Não foi feminicídio, diz defesa
O defensor público do Distrito Federal Carlos André Praxedes afirmou que não houve feminicídio, já que segundo testemunhas, a vítima e Wendel Yuri não se conheciam.
"Nos entendemos que a família queira culpar alguém, para uma ajuda até psicológica. Mas essa hipótese de que foi feminicídio é fantasiosa. Não havia nenhuma relação entre eles. Os jovens se conheceram no dia do churrasco", disse o defensor do rapaz.
Praxedes também afirmou que tanto o jovem quanto as testemunhas relataram o estado alcoolico em que Yuri estava. "As amigas dela disseram em depoimento que ele estava muito bêbado, que mal conseguia ficar em pé. É importante ressaltar principalmente que todos disseram que não havia indícios de agressividade da parte dele."
Natália não estava bêbada e sabia nadar, diz advogada
A advogada da família de Natália disse que a jovem não ingeriu bebidas alcoolicas no churrasco e contesta a versão de afogamento involuntário.
"Ela não bebeu. Sabia nadar e, inclusive, mergulhava fazendo uso de equipamentos próprios. Temos vídeos que mostram ela mergulhando perfeitamente. A água do lago é rasa e o ponto mais fundo atingia o pescoço dela", disse Juliana Zappalá Porcaro Bisol.
Ao UOL, Juliana também informou que vai entrar com uma reclamação na Corregedoria, já que considera que a delegacia está com "descaso" do processo.