Dez alunos e funcionários da USP são detidos durante protestos
Alunos, sindicalistas e funcionários se reuniram no interior da USP (Universidade de São Paulo) para protestar contra o atual governo e contra a reforma da Previdência. Os manifestantes interditaram o portão 1 da universidade e, em seguida, realizaram uma passeata, fechando ruas durante o trajeto.
No cruzamento das avenidas Vital Brasil e Francisco Morato, um veículo foi incendiado. Houve intervenção da Polícia Militar, com uso de balas de borracha.
Foram detidas dez pessoas e encaminhadas ao Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais). Uma testemunha também foi ouvida.
Os detidos serão indiciados por associação criminosa, incêndio e dano ao patrimônio público.
Os oitos estudantes levados ao Deic são moradores do conjunto residencial da USP (Crusp). A secretaria do Crusp informou que, durante a manifestação, houve um foco de tumulto e a polícia "saiu tentando prender qualquer um que estivesse próximo". "A nós nos preocupa a criminalização das manifestações. Colocar como formação de quadrilha é uma forma de coagir os estudantes", afirmou a secretaria.
O advogado do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Vanderlei Lima, avalia que a prisão teve caráter político. "Alguns detidos estavam a mais de 1 km do fato. O incêndio foi na entrada do viaduto e alguns detidos estavam dentro da USP", afirmou.
"Não havia sentido em tipificar como formação de quadrilha os participantes de um ato legítimo. Eram todos estudantes e trabalhadores. Não havia nenhum bandido ali"
A audiência de custódia será amanhã no Fórum Criminal da Barra Funda. Até o momento foram feitas as oitivas dos policiais. Os detidos devem ser ouvidos ainda hoje.
Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) disse que, ao todo, 14 pessoas foram detidas no estado de São Paulo durante as manifestações: dez na capital, após evento na avenida Francisco Morato, e quatro em Sorocaba, após depredação de um micro-ônibus.
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