Pergunta para vítimas, diz Bolsonaro sobre 57 mortos em presídio no Pará
Guilherme Mazieiro
Do UOL, em Brasília
30/07/2019 09h39
Na primeira declaração pública sobre a rebelião no presídio de Altamira (PA), em que morreram 57 pessoas, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse para jornalistas perguntarem para as vítimas o que achavam do caso. Entre os mortos, 16 pessoas foram decapitadas.
"Presídio no Pará perguntem para as vítimas dos que morreram lá o que eles acham. Depois eu respondo", disse Bolsonaro na saída do Palácio do Alvorada, hoje (30).
Esta é a maior rebelião do ano, superando a de maio, que vitimou 55 detentos em quatro locais diferentes do sistema prisional no Amazonas.
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Segundo o Sistema Prisional do Pará, a rebelião começou por volta das 7h de ontem (29). O conflito deflagrado é resultado da disputa interna entre as facções Comando Vermelho e Comando Classe A.
O massacre
Segundo Vasconcelos, o presídio foi palco de "uma guerra entre facções criminosas". "Tratou-se de uma guerra de facções. Em Altamira, há uma facção local chamada Comando Classe A (CCA) e que divide o presidio com integrantes do Comando Vermelho, e que foram esses vítimas desse ato praticado pelos integrantes da organização criminosa CCA", disse o secretário em coletiva.
O ataque ocorreu, segundo o secretário, logo após as celas serem destrancadas para o café da manhã. "O Comando Classe A rompeu o seu pavilhão e rompeu o pavilhão do Comando Vermelho. Foi um ataque de certa forma rápido, dirigido a exterminar os integrantes rivais", disse o secretário. "Eles [integrantes do CCA] entraram, colocaram fogo, mataram e pararam o ataque. Foi um ataque dirigido, localizado."
O CCA tornou-se recentemente aliado ao PCC (Primeiro Comando da Capital), que disputa com o Comando Vermelho a liderança dos presídios no Brasil.
Mais de 100 mortos em prisões
Há cerca de dois meses, outro estado do Norte do país foi palco de um massacre de internos. Em 26 de maio, 15 detentos foram mortos em Manaus, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim. Um dia depois, as autoridades amazonenses encontraram outros 40 corpos, totalizando 55 internos assassinados. Em 2017, esta mesma unidade registrou o assassinato de outras 56 pessoas.
Nos últimos anos, episódios parecidos aconteceram em Roraima e, no início deste ano, o Ceará viveu uma onda de violência ordenada por criminosos presos em penitenciárias do Estado, o que levou ao envio da Força Nacional de Segurança Pública ao Estado.