Sargento da cocaína em avião presidencial se cala diante da PF na Espanha
Eduardo Militão
Do UOL, em Brasília
01/10/2019 18h26Atualizada em 01/10/2019 18h26
Resumo da notícia
- Sargento da Força Aérea foi preso com cocaína em voo de comitiva de Bolsonaro
- Militar está detido na Espanha, onde a PF foi tomar o depoimento dele
- Ele é alvo de inquérito militar no Brasil e responde a processo comum na Espanha
O militar preso transportando drogas dentro da comitiva do presidente Jair Bolsonaro (PSL) calou-se diante da Polícia Federal. Ele foi preso em 25 de junho na Espanha quando o avião em que estava, e que integrava a equipe de apoio da comitiva, teve que fazer uma parada técnica em Sevilha. A polícia espanhola encontrou 39 kg de cocaína em sua bagagem.
O sargento da Aeronáutica Manoel da Silva Rodrigues, 38, permanece detido no exterior. A Polícia Federal conseguiu autorização para realizar um depoimento do militar na Espanha. A oitiva aconteceu em 26 de setembro. No entanto, o sargento disse que não daria nenhuma resposta aos investigadores brasileiros, relatou uma fonte ao UOL.
Rodrigues responde a um processo comum na Espanha como cidadão civil. Mas, no Brasil, ele responde a uma investigação no âmbito da Justiça Militar. A apuração, porém, é executada pela Coordenação Geral de Repressão a Drogas e Facções Criminosas da Polícia Federal em Brasília.
Os investigadores brasileiros poderão pedir cópia às autoridades da Espanha das provas que eles recolheram na apuração, como o relato da apreensão da droga.
O UOL procurou os advogados de Rodrigues, mas eles não responderam aos contatos feitos.
Sargento fez 29 viagens no Brasil e no exterior
O militar é segundo-sargento da Aeronáutica. Ingressou na Força Aérea Brasileira em 2000. Ganha pouco mais de R$ 7 mil por mês.
Desde 2011, ele fez 29 viagens no Brasil e no exterior.
Muitas dessas viagens foram com a equipe presidencial dos presidentes Michel Temer (MDB), Dilma Rousseff (PT) e Bolsonaro. A partir de 2016, ele passou a integrar o quadro de tripulantes da aeronave VC2, que leva as equipes de apoio nas viagens oficiais da Presidência.